Depois de vender o negócio da Calvin Klein no Brasil para a PVH (dona da marca nos Estados Unidos) e vender as grifes VR e Mandi para a Inbrands, Alexandre Brett volta ao mercado de moda. O empresário vai representar aqui a marca italiana Replay, que já entrou e saiu do país nos anos 2000.
A Replay chegou ao Brasil em 2003 com lojas próprias em São Paulo e no Rio e franquias em São Paulo e Curitiba. Mas a empresa teve dificuldades para competir, ao adotar um posicionamento de marca de luxo, com jeans importados vendidos a preços a partir de R$ 800 a peça. Em 2007, a italiana encerrou a operação no país.
Em 2013, a Replay anunciou que tinha interesse em voltar ao mercado brasileiro. No ano passado, a italiana fez uma coleção exclusiva de moda casual em parceria com a C&A, que foi vendida no Brasil. A Replay é uma companhia de capital fechado, com faturamento anual estimado em € 300 milhões e operação em 50 países.
Alexandre Brett, que vai presidir a Replay no Brasil, informou que pretende abrir duas lojas em pontos nobres da capital paulista, uma na rua Oscar Freire – a ser inaugurada nesta quinta-feira – e outra no Shopping JK Iguatemi. A unidade da Oscar Freire, de 250 metros quadrados, também abrigará no segundo piso o showroom da marca para atender lojistas.
A grife também começa a operar com 12 representantes comerciais distribuídos no país para atender o varejo multimarcas. A loja no Shopping JK Iguatemi tem abertura prevista para julho.
“Os italianos queriam muito vir para o Brasil e estavam procurando uma empresa com experiência no mercado de moda, porque a experiência anterior não deu muito certo”, afirmou Brett. O empresário afirmou que a meta é vender a marca em 400 lojas multimarcas neste ano e expandir a distribuição gradualmente, chegando a 1 mil pontos de venda em cinco anos.
A Replay volta ao Brasil como uma marca de alto valor agregado (“premium”), mas abaixo da categoria de luxo, como era no passado. As calças jeans serão vendidas a preços entre R$ 300 e R$ 600 a peça. A marca também terá linhas de acessórios, calçados e outras peças de vestuário, como preço médio de R$ 500. Brett disse que negociou com confecções locais para produzir parte das peças no Brasil. “Com parte da produção local, a marca acaba alcançando um preço de venda razoável e uma boa entrada no varejo multimarcas”, afirmou.
Nos próximos anos, a marca pode abrir mais lojas, segundo Brett. Antes disso, no segundo semestre de 2018, a Replay trará sua linha de moda infantil ao país. Brett disse ainda que a estratégia da Replay está mais consistente. “O cenário econômico não é dos mais favoráveis. É importante saber disso e entrar mais focado, com uma estrutura mais enxuta, sem muita loucura. Apesar do cenário difícil para vendas, é um bom momento para negociar com fornecedores e shopping centers”, disse Brett.
Alexandre Brett tem um histórico longo no mercado de moda. Filho de Ladislau Brett e sobrinho de André Brett, fundadores da Vila Romana, ele chegou a comandar a marca, por meio da BR Labels, até 2012, quando vendeu as marcas do grupo VR e Mandi para a Inbrands, por R$ 40 milhões. O empresário também vendeu a operação da Calvin Klein no Brasil para o grupo Philips Van Heusen (PVH), dono da marca no mundo, em 2012. Entre 2012 e 2015, ele permaneceu na Inbrands como diretor de marcas da companhia. Após sua saída da Inbrands, Brett passou a procurar outras marcas para investir no Brasil.
Alexandre Brett fundou a Replay Brasil tendo como sócio o empresário Luiz Vaiano, criador e presidente da Canal Concept, marca de vestuário feminino existente há 30 anos no Brasil.
Fonte: Valor Econômico