Novo ciclo de profissionalização vai contemplar 128 pequenos e médios negócios; expectativa é que novos conceitos de gestão e indústria 4.0 aumentem o reaproveitamento na cadeia produtiva
Com o objetivo de aperfeiçoar processos produtivos dentro da cadeia têxtil, a rede varejista Lojas Renner firmou uma parceria com o Sebrae para iniciar um novo ciclo de capacitação de pequenos e médios fornecedores na Região Sul do Brasil.
“Nos últimos anos, a Lojas Renner vem caminhando em direção ao fortalecimento e maior integração da cadeia produtiva. No curto prazo, vemos com maior urgente questões mais relacionadas à sustentabilidade. Após esse período de adequação, devemos sentir mais os efeitos sobre a performance desta iniciativa”, argumentou o gerente sênior de Sustentabilidade da Lojas Renner, Eduardo Ferlauto.
De acordo com ele, a inclusão de políticas de reaproveitamento de materiais dentro da cadeia produtiva e logística desses negócios tem grande importância no sentido de disseminar o conceito de sustentabilidade no setor. “Diante de uma cadeia de produção bastante verticalizada, vemos uma oportunidade também para troca de informações mais intensa com os diversos agentes dessa estrutura e, consequentemente, ter maior assertividade no portfólio das lojas”, complementou o executivo, destacando que 128 empresas com “abrangência geográfica” estão participando do programa de capacitação.
Na mesma linha de raciocínio, a coordenadora de moda nacional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Anny Santos, lembra que a parceria deve ter impacto direto na qualidade dos produtos fornecidos para o grupo varejista. “Grande parte do que é fornecido para a Lojas Renner é realizado por pequenos e médios negócios. Com isso, a consultoria de gestão e de implementação de novos conceitos da indústria 4.0 afetará positivamente o mercado”, complementou.
Segundo a entidade, as empresas beneficiadas no 1º ciclo do programa apresentaram incremento de 23% na produtividade e redução de 11% no tempo de produção. Além disso, o levantamento indicou alta de 55% no índice de competitividade desses players. O 2º ciclo de capacitação e profissionalização deve durar em torno de 18 meses.
“O início do trabalho de consultoria dentro desses negócios passa primeiro pelas áreas de redução de custos operacionais, reaproveitamento de resíduos e pequenas iniciativas em direção à automação das etapas produtivas”, argumentou ela, lembrando que pequenas ações para redução de desperdícios muitas vezes já se mostram suficientes para alavancar o desempenho dos agentes desse mercado.
“O conceito de lean manufacturing se mostra fundamental uma vez que o Sebrae se preocupa em levar conhecimentos sobre gestão financeira, liderança empresarial e também controle de qualidade do produto para esses empresários”, detalhou.
Outro aspecto abordado pela coordenadora da entidade foi a possibilidade de expansão da iniciativa para o âmbito nacional. “Vemos uma tendência muito forte para que o desenvolvimento dessas parcerias se tornem mais frequentes nos próximos anos. Além disso, já estudamos expandir geograficamente o estabelecimento dessas parcerias para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste”, afirmou ela.
Além disso, a coordenadora também destacou o fato de que nos últimos anos o programa de apoio ao pequeno e médio fornecedor promoveu parcerias com outras redes do segmento de vestuário, como por exemplo as empresas Arezzo e Hering.
Fonte: DCI