Durante o 15º Congresso de Gestão, Projetos e Liderança, organizado nos dias 24 e 25 de setembro pelo Project Management Institute do Rio Grande do Sul (PMIRS), a Gerente de Projetos das Lojas Renner, Giovana D’Aláscio ministrou a palestra “Fica, vai ter Meme!”. Durante a apresentação, ela, junto ao Analista de Projetos da Renner, Braian Goulart de Castro, explica como utilizou de ferramentas descontraídas para melhorar a comunicação interna de alguns setores da empresa.
Os textos informativos não estavam sendo eficazes e a necessidade de remodelar acabou fazendo com que, após uma análise geral do público que deveria ser atendido, o setor de projetos iniciasse uma forma de comunicação bem-humorada, com mais conteúdo visual do que escrito. Após a palestra, o GeraçãoE conversou com Giovana e Braian.
GeraçãoE – O que o case propõe?
Giovana D’Aláscio – O case descreve a utilização de memes nas comunicações corporativas durante a implementação de uma solução tecnológica e inovadora para equipes de design criativas, que não eram sensíveis às comunicações formais que o projeto estava realizando.
GE – O que motivou a mudança na forma de comunicar?
Giovana – Nos comunicávamos muito de maneira escrita e não estava sendo lido. Isso é muito comum quando se trata de comunicação. Mandamos, mandamos e mandamos material, mas as pessoas não leem. Percebendo o público, pudemos entender quem ele era e a forma com que ele queria receber a informações.
GE – Quais as estratégias pensadas para concretizar a ação?
Giovana – Usamos um mapa de empatia para personificar o nosso público e entender como ele gostaria de receber a informação do projeto. Modelamos a comunicação tanto em e-mail, quanto em apresentações, quanto em simbologias através de bottoms e adesivos para criar sensação de pertencimento. Assim as pessoas começaram a ler a informação e disseminar elas através de suas equipes.
GE – Durante a palestra vocês falaram sobre um clima de competição. Como aconteceu?
Giovana – Usamos essas simbologias (bottoms, adesivos e camisetas) para premiar quem estava com maior engajamento. À medida que o pessoal estava participando, via os outros ganhando alguns mimos e isso estimulava uma competição simples e saudável. É como se fosse um jogo.
GE – Sendo humor, uma questão particular de senso, como atingir todo o público?
Giovana – Quando finalizamos o mapa de empatia, construímos uma persona. Esse modelo nos fez entender quem era a grande parte do nosso público. Atingir 100% é utopia porque são gêneros diferentes, idades diferentes, etc. Mas quando pudemos identificar a maior parte deste público e criar o conteúdo informativo mais focado, tivemos boa resposta.
GE – Quais as diretrizes da forma de comunicação elaborada?
Braian Goulart de Castro – Esse filtro que construímos foi baseado sempre no bom-senso, em uma comunicação não agressiva, sem viés político, totalmente neutro. Sempre antes de enviar um informe, aplicávamos uma espécie de peneira que nada mais era que uma validação de vários olhares da equipe para saber se estava coerente com as nossas normas. Até agora sem problemas, tudo certo.
GE – E as estratégias para manter a comunicação atualizada?
Giovana – Olhamos muito a métrica. Analisamos o quanto os usuários ainda se expressam daquela forma de comunicação. No momento em que começar a não ser mais corriqueiro, algo tem que mudar. Daqui a pouco não vai ser meme, nem GIF, nem figurinha, e sim um quadro pintado na parede, por exemplo. As fases se transformam. O importante é que a gente sente com o usuário final e pergunte a forma com que ele quer receber a informação.
GE – Como não deixar algo inovador cair na rotina?
Braian – A periodicidade é algo que pode acabar tornando essa comunicação tradicional. Não podemos nos tornar previsíveis. Por isso atuamos sob demanda. Tudo o que não queremos é que voltem a não dar enfoque para o conteúdo. Os prazos são agressivos, mas entregamos algo funcional e não obsoleto.
Fonte: Jornal do Comércio