A Lojas Renner trabalha com a expectativa de que as margens bruta e Ebitda, que mede lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, voltem a acelerar no fim do ano, mas ainda não alcançando o mesmo patamar do ano anterior. A empresa esteve nesta tarde em teleconferência de resultados com analistas.
Os dois índices caíram de julho a setembro, com queda de 6,6% na margem bruta (para 47,7%) e de 12,2% (para 0,8%) na margem Ebitda do braço de varejo. Segundo o presidente da empresa, Fabio Faccio, está ocorrendo uma convergência das taxas para índices anteriores, mas isso ocorre gradualmente, afirmou, sem mencionar projeções.
A normalização das promoções na área de vestuário e o fato de o grupo atuar em outros segmentos, como decoração, com competição menos acirrada em algumas categorias (vistas como diferencial da empresa) têm peso nessa lógica mencionada pelo comando.
A executiva Paula Picinini, diretora de relações com investidores, disse que as vendas em setembro já retomaram para níveis dentro da meta de empresa, e o quarto trimestre pode ter desempenho mais perto da normalidade.
O último trimestre do ano, ainda segundo ela, pode ter margens mais normalizadas. Com a chegada da nova coleção primavera/verão, há cerca de dois meses, o ritmo de remarcações foi perdendo força após o fim de agosto.
Ainda sobre o digital, a companhia disse que em 2019, a meta era um milhão de itens em estoque no on-line. Hoje esse numero está em cinco milhões. E o objetivo é colocar no on-line as 50 milhões de peças em estoque do grupo — a rede não menciona prazos.
O presidente disse a analistas que a “Black Friday” cresceu em importância para a rede neste ano, por conta das mudanças de hábito de clientes em direção ao ambiente digital, e que decidiram antecipar o evento na rede desta vez, para evitar aglomerações. Ele não citou o período do evento na rede neste ano.
A empresa fechou o terceiro trimestre com prejuízo — o primeiro em 15 anos, desde o terceiro trimestre de 2005. A perda líquida no terceiro trimestre de 2020 foi de R$ 82,9 milhões, versus lucro de R$ 186,7 milhões um ano antes, segundo o relatório de resultados publicado ontem.
A receita operacional líquida diminuiu 19,6%, para R$ 1,79 bilhão — no segundo trimestre, a queda havia sido de 65%.
Fonte: Valor Econômico