A indústria do vestuário movimenta US$ 758 bilhões por ano no mundo e está crescendo. No entanto, seu modelo de desenvolvimento é insustentável, tanto na questão social quanto ambiental. Com a crescente demanda por ações de impacto positivo em ESG (governança social, ambiental e corporativa) por consumidores e investidores, este setor se encontra em um ponto de inflexão. A transformação será liderada pelas empresas que assumirem responsabilidade por um crescimento mais sustentável.
Hoje, a indústria responde por 4% de todas as emissões de gases de efeito estufa no planeta. No entanto, iniciativas que melhoram a eficiência energética da produção, como substituir o fornecimento por fontes renováveis, podem reduzir em até 60% as emissões.
Uma série de artigos publicados pela McKinsey em dezembro de 2020 levanta a discussão sobre o futuro da indústria da moda. As três principais tendências apontadas pela consultoria são:
- Fidelidade à marca. “Esta indústria envolve apego emocional, lealdade e entusiasmo pelas marcas. Estamos convencidos de que, no futuro, o amor e a fidelidade à marca dependerão muito dos atributos de sustentabilidade”, diz especialista.
- Economia circular. O conceito de posse sobre uma peça de roupa será mais fluido. Por meio de modelos circulares digitais, será cada vez mais comum o compartilhamento de artigos de vestuário entre pessoas diferentes.
- Diminuir o excedente de produção. Hoje, cerca de 40% dos itens de vestuário não são vendidos ao preço original por conta de previsões erradas de demanda. Cada vez mais, a análise dos dados de consumo vai ajudar a reduzir o excesso de produção.
No Brasil, existem algumas barreiras para a transformação sustentável da indústria de vestuário. Segundo o estudo Moda Circular no Brasil, publicado em maio de 2019, entre os maiores desafios estão: domínio do modelo fast fashion; infraestrutura de produção frágil; desconhecimento sobre os benefícios da economia circular entre stakeholders; e alta informalidade do setor.
Fonte: The Shift