Redes tradicionais do canal farma tendem a conquistar mais espaço com a saída gradual de supermercados do setor
Por Redação
Dos 2.271 profissionais que manifestaram sua opinião, 58% (1.321) acreditam que os grandes players do varejo farmacêutico ou as redes regionais ocuparão essa lacuna. Somente 20% (450) apostam que esse movimento pode alavancar varejistas online, enquanto 22% (500) entendem que o atual cenário impõe uma reavaliação do modelo de loja física.
As discussões sobre esse assunto voltaram à tona na segunda quinzena de fevereiro, quando o Grupo Pão de Açúcar (GPA) deu fim à sua unidade de drogarias – divisão com receita de apenas R$ 600 milhões e considerada periférica para os negócios. O faturamento pífio, inferior ao de pelo menos 20 redes do canal farma, já havia levado a companhia a iniciar conversações para vender a operação. Mas até o momento, não havia interessados.
A decisão oficial de extinguir a área poderia facilitar essa transação, a exemplo do que ocorreu com o BIG, que deixou clara sua intenção de se desfazer das farmácias herdadas do Walmart e estimulou a divisão farmacêutica da Coop a assumir o controle. Especulações do mercado farmacêutico dão conta, inclusive, de que a Raia Drogasil (RD) poderia adquirir os PDVs do GPA, por já ter uma sinergia com a companhia desde a criação da joint venture Stix Fidelidade.
Farmácia como pilar, não como apêndice
Consumidores mais exigentes, concorrência acirrada e uma economia cada vez mais pautada pelo peso da inflação. Para especialistas, essa tempestade perfeita tende a afastar o setor supermercadista do universo das farmácias. “O mercado farmacêutico é um jogo cada vez mais difícil de ser jogado e que deve ser visto como pilar, não como apêndice de um negócio”, observa Alberto Serrentino, da Varese Retail.
“Com o nível de atendimento que o consumidor espera das farmácias e um modelo fundamentado na venda consultiva, os supermercados já estavam errados desde o início ao enxergar esse negócio como um mero canal de atração de clientes para o varejo alimentar. Nunca foi uma atividade realmente estratégica e a venda do Extra fez esse objetivo perder total sentido”, ressalta Sandro Benelli, conselheiro e fundador da b-Retail.
Nova enquete
A nova enquete avalia a ideia que está em curso na Anvisa, com a meta de alterar o marco regulatório de medicamentos e simplificar o processo de registro de novos remédios. Caso saia do papel, essa iniciativa poderá ampliar o acesso, incentivar pesquisas da indústria ou será insuficiente sem novas políticas públicas? Participe e contribua para o debate
Fonte: Panorama Farmacêutico