As grandes redes e as associativistas, que detêm 74% do faturamento do varejo farmacêutico brasileiro, voltaram ao patamar de crescimento de dois dígitos em 2019. Estimulado pelo início da retomada da economia do país, o setor apostou na expansão dos pontos de venda e em categorias como os MIPs e os não medicamentos.
Na Abrafarma, as 23 redes afiliadas movimentaram R$ 53,46 bilhões no ano passado, o que representou um acréscimo de 11,14% sobre 2018. “É a melhor performance do grande varejo desde 2015, que não se sustenta em aumento de preços, e sim em uma alta no volume de unidades comercializadas”, comenta o CEO Sergio Mena Barreto, que já prevê a maior expansão dos últimos sete anos em 2020.
Os remédios isentos de prescrição foram os que mais ganharam destaque em termos percentuais, com 20,82% de crescimento e movimento total de R$ 9,2 bilhões. Na sequência vieram os itens de higiene e beleza, com 11,11% (R$ 17,13 bilhões). A venda geral de medicamentos também ganhou fôlego ao apresentar avanço de 11,15% (R$ 36,32 bilhões). As grandes redes concentram 57,4% das vendas totais do canal farma e abriram no período 2.400 lojas.
Já as associativistas, vinculadas à Febrafar, atingiram uma evolução de 14,89%, com receita total de R$ 13,7 bilhões. A participação de mercado chegou a 17,3%, quase o dobro do share contabilizado em 2015. “Os empresários independentes não conseguem manter seus negócios em virtude da baixa capacidade de investimento, enquanto as grandes concorrem entre si e concentram operações em municípios mais congestionados. Com isso, ocupamos espaço em cidades médias e pequenas, adequando nosso mix a uma realidade mais acessível”, contextualiza o presidente Edison Tamascia.
Para o dirigente, a determinação, pela Anvisa, de um prazo máximo para expedir a Autorização de Funcionamento Especial (AFE) também colaborou para o aumento da capilaridade. “Sob esse estímulo, o associativismo abriu 1.700 unidades em 2019 e fechou apenas 110”, completa.
Distribuição
Os bons resultados do varejo refletiram também no segmento de distribuição. As 141 empresas que integram a Abradilan apresentaram faturamento de R$ 6,6 bilhões e um crescimento de 9%. Mais de 1,1 bilhão de unidades foram comercializadas, o que representa quase 20% do varejo farmacêutico nacional.
Os genéricos figuraram entre os principais motores da expansão do setor, assim como os artigos de higiene, perfumaria e cosméticos. “Estamos presentes em 95% dos municípios brasileiros e em 90% das farmácias e drogarias, o que atesta o crescente nível de profissionalização dos distribuidores regionais”, ressalta o presidente da entidade, Vinicius Andrade.
Fonte: Panorama Farmacêutico