Empresa fechou as sete lojas que tinha no estado. Walmart também anunciou a desativação de 30 unidades no país e a C&A diz que até o fim do ano deve fechar 12 lojas. Desempregados no comércio da Grande BH somam 19 mil desde setembro de 2015
Na esteira do fechamento de lojas promovido por grandes redes do varejo, a Dadalto encerrou suas atividades em Minas Gerais. A empresa especializada em produtos para lar fechou sete pontos de venda e anunciou que vai concentrar suas operações no Espírito Santo. Em Belo Horizonte foram desativadas lojas em shoppings, na região central e no Bairro Buritis. A rede varejista, que está em recuperação judicial desde o fim do ano passado, não informou o número de trabalhadores demitidos. O Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região Metropolitana estima corte de aproximadamente 300 vagas na capital.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre janeiro e fevereiro deste ano, houve redução de 13 mil vagas. Grandes redes do varejo estão pisando no freio e engavetando projetos de expansão pelo país, mas há também a redução do número de lojas.
A rede varejista Walmart, terceira maior empresa do ramo de supermercados no Brasil, anunciou a desativação de 30 unidades no país, em pelo menos sete estados. Em Minas já foram fechados o atacado Maxxi, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH, e um supermercado em Passos, no Sul de Minas. Outra rede que já anunciou que vai enxugar é a C&A, com o fechamento de 12 lojas em 2016.
A Dadalto, segundo informou o Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte, não quitou as multas rescisórias e os funcionários estão recorrendo à Justiça para receber os direitos trabalhistas. “Nos últimos 40 dias tentamos negociar com a empresa para manutenção dos empregos, mas não houve êxito. Eles disseram que não havia mais como continuar a operação em Minas”, diz José Clóvis Rodrigues, presidente do Sindicato. Segundo ele, o fechamento há cerca de um mês da empresa Embrasil, especializada no atacado e distribuição de equipamentos para limpeza, também demitiu cerca de 300 trabalhadores. “Na Embrasil os direitos trabalhistas foram pagos.”
Na ação de recuperação judicial da Dadalto, a juíza Kelly Kiefer, da 13ª Vara Cível Especializada em Recuperação Judicial e Falência de Vitória, apontou como uma das razões da crise da empresa, que está há mais de 70 anos no mercado, a expansão de suas atividades financiada por empréstimos bancários de curto prazo. O aumento dos juros a partir de 2013 e a recessão da economia, somados aos resultados das vendas abaixo do esperado teriam formado uma combinação explosiva nas finanças da rede.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a Dadalto, mas a rede não respondeu as perguntas do jornal, enviando a seguinte nota por meio de sua assessoria de imprensa: “A empresa optou por concentrar suas operações em lojas no Espírito Santo com o objetivo de garantir aos clientes o alto padrão de atendimento e qualidade”.
A C&A confirmou o fechamento de lojas, mas não esclareceu quais os pontos de venda serão desativados e não confirmou se haverá fechamento de loja no estado. Em nota, a gigante do varejo informou apenas que abrir e fechar faz parte do mercado. A empresa informou que nos últimos 12 meses abriu 18 unidades e a previsão é fechar 12 neste ano.
Segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o varejo deverá cortar 253,4 mil empregos formais em 2016. As estimativas se baseiam nos dados mensais do cadastro do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que registra demissões e admissões. Em 2015, segundo o ministério, foram fechadas 179,9 mil vagas no comércio varejista.