O potencial de crescimento de participação de mercado da Raia Drogasil existe no Brasil e também em São Paulo, na avaliação de Eugênio De Zagottis, diretor de planejamento corporativo e relação com investidores da companhia. “A gente rema, rema e a participação está em 12%. Tem muito espaço para ganhar e surfar a onda do crescimento”, disse o executivo durante teleconferência com analistas para falar sobre o balanço do quarto trimestre.
De Zagottis destacou que a Raia Drogasil atua em um mercado com crescimento constante por causa do envelhecimento da população. “São um milhão de novos idosos por ano que vão comprar mais. E isso vai permitir ao mercado continuar crescendo”, disse. O fenômeno começou há cerca de dois anos e tem perspectiva de durar pelo menos mais uma década, o que dá uma perspectiva de evolução de longo prazo para a companhia, disse.
A rede planeja a abertura de 240 lojas por ano em 2018 e em 2019. A companhia encerrou 2017 com 1.610 unidades, sendo 210 novas — dez a mais que a projeção inicial — e 20 fechamentos.
O crescimento da companhia continua baseado na evolução de seus próprios negócios e nenhuma operação de aquisição está sendo avaliada no momento, disse presidente da companhia, Marcílio Pousada, durante teleconferência.Segundo De Zagottis, eventuais oportunidades que surjam no mercado podem ser avaliadas, mas a tendência é que nenhuma operação seja concretizada.
Por outro lado, a Raia Drogasil trabalha com a tendência de que a margem bruta permaneça em patamar estável em 2018 devido ao aumento da concorrência, diz o diretor. “A gente sempre acredita que pode ganhar eficiência, sempre vai conseguir negociação com a indústria. Mas jogar para o preço é decisão tática. E hoje estamos em momento de aumento de concorrência, de defender”, disse.
No período de outubro a dezembro, a companhia registrou margem bruta de 28,6%, 0,2 ponto percentual abaixo do patamar de um ano antes. Entre 2016 e 2017, a diferença foi de 0,8 ponto percentual, de 29,6% para 28,8%. De acordo com De Zagottis, a redução já era esperada por conta da diferença de cenário entre os dois anos. Em 2016, a companhia conseguiu reajustar seus preços em 11% por conta da inflação alta. Já em 2017, a elevação foi de 3%.
Reforma trabalhista
O diretor afirmou também que a reforma trabalhista já apresentou alguma melhora no dia a dia, mas seu efeito ainda não foi sentido no resultado da Raia Drogasil. Segundo ele, questões como menor contingência e horário de trabalho mais flexível já foram sentidas, e o trabalho agora é buscar capturar mais melhorias no futuro. “Isso ajuda o Brasil e empresas grandes como a Raia Drogasil, mas não é agora, vem vindo e vai trazer racionalidade. Vai acontecer com mais força neste ano”, disse.
Ele destacou que as mudanças também trazem benefícios para o funcionário, como um trabalhador que pode sair um pouco mais cedo para estudar porque optou por fazer um almoço mais curto.
Fonte: Valor Econômico