Mulher, negra, nascida na periferia de São Paulo, Rachel Maia sabe que é exceção à regra. “Nem por isso devo me sentir menos”, disse no painel “Somos maioria, mas somos poucas. O paradoxo das mulheres negras em posições de comando no Brasil”, apresentado por meio de vídeo no Fórum CLAUDIA #EuTenhoDireito, que acontece nesta terça-feira (06), em São Paulo. À frente da fabricante de joias Pandora há 8 anos, ela representa 0,4% do universo de presidentes de empresas brasileiras, segundo mapeamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), feito em parceria com o Instituto Ethos.
Com passagem por empresas como Novartis e a Tiffany&Co, Rachel faz parte do rol das mulheres que trabalham por oportunidades para as negras. “Ser inclusiva, dentro da representatividade que eu represento, é tratar todos de forma igual, mas sem esquecer que eu sou uma mulher negra, sim, e que eu devo olhar para aquela minoria”, ponderou.
Para ela, o conhecimento é o que traz poder e, por ter oportunidades que outras mulheres negras não têm, é seu dever ser exemplo. “Eu tenho direito de continuar me qualificando para que eu possa replicar essa qualificação para o próximo”, disse a presidente.
“Sou capacitada todos os dias pelos livros que eu leio e pelas pessoas que eu converso. No final do dia, eu tenho a certeza que eu não posso manter esse conhecimento só para mim”, completou. “Eu não posso simplesmente me bastar na minha capacitação. Eu tenho que compartilhar aquilo que aprendi.”
Fonte: Claudia