O Assaí Atacadista, segunda maior empresa do setor com receita de R$ 45 bilhões em 2021, espera encerrar este ano com faturamento acima de R$ 60 bilhões
Por Redação
O Assaí Atacadista, segunda maior empresa do setor com receita de R$ 45 bilhões em 2021, espera encerrar este ano com faturamento acima de R$ 60 bilhões, isso considerando apenas a expansão orgânica e sem contar a conversão das lojas Extra. A expectativa foi feita por Daniela Sabbag, CFO da companhia.
“A gente vai converter 20 lojas do Extra no terceiro trimestre, mais 20 até dezembro e de 20 a 30 em 2023”, disse a executiva. O acordo com o Pão de Açúcar prevê a conversão de até 71 unidades Extra em Assaí – 61 já confirmadas. “Essas lojas estão nas principais capitais, nos principais centros, são lojas que têm localização privilegiada. Pretendemos triplicar o faturamento delas”, afirmou.
Para Belmiro Gomes, CEO do Assaí, esse movimento deve ter impacto maior nos últimos três meses do ano. “No terceiro trimestre o impacto dessa reabertura, acredito, ainda não será sentido de forma tão expressiva, mas ao longo do quarto trimestre e do próximo ano deve ficar mais notável dentro do resultado. Das lojas adquiridas, 63 estão em regiões metropolitanas. Normalmente a rampa, seja de faturamento e de margem, é mais acelerada do que a de abrir uma loja do zero, o que nos deixa confiantes em relação ao futuro”, avaliou.
A alta de Selic este ano influenciou o resultado da empresa financeiro da empresa que, no primeiro semestre de 2022 ficou negativo em R$ 630 milhões, contra um valor negativo de R$ 145 milhões um ano antes. No segundo trimestre, a cifra negativa foi de R$ 328 milhões, contra R$ 145 milhões negativos entre abril e junho de 2021.
“Do crescimento ano contra ano, 80% dele a gente atribui à taxa de juros. Tem 20% desse aumento que é advindo do maior endividamento da companhia, o que é superplanejado para fazer frente a esse projeto que é o mais importante da companhia, que é a conversão dos 70 hipermercados que nós adquirimos [Extra] no final de 2021”, afirmou. Para 2023, a executiva afirmou que é esperada uma redução do endividamento.
Daniela ressaltou também que o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 ajuda no balanço do grupo. Embora seja recente, ela ressalta que quando houve um maior pagamento isso, de alguma forma, foi percebido nas vendas melhores do que o previso no orçamento. “A gente brinca que o dinheiro não é carimbado, então não tem como saber exatamente de onde ele está vindo, mas tem uma expectativa”, disse.
A diretora de relações com investidores, Gabrielle Helú, destacou ainda a expansão digital do grupo. Ela lembra que há cerca de nove meses a empresa tem parcerias com aplicativos de entregas e que já estão dando resultados animadores. Ela ressalta que as vendas via parceiros de delivery não chegam a 1% das vendas do grupo, mas existe um potencial muito grande com as conversões do Extra. A executiva disse ainda que é importante a digitalização do negócio para ganhar eficiência. O app próprio do Assaí deve ser focado em identificar o perfil de consumo dos clientes e oferecer produtos direcionados e ofertas personalizadas. A plataforma ainda está em testes.
Novos serviços
Além da digitalização, o Assaí também está investindo em novos serviços, remodelando a própria oferta aos clientes, de olho nas novas demandas do público de capitais e regiões metropolitanas. A empresa já começou a oferecer serviços – como açougue, padaria, frios fatiados e produtos para pets – em algumas lojas. Hoje, em 100 pontos de venda, é possível comprar carne, por exemplo.
A companhia também está aumentando a quantidade de produtos vendidos. A maior gama se reflete não tanto em produtos ‘premium’, mas sim em maior diversificação dos itens já disponíveis (por exemplo, oferecer margarina de 250g, de 500g de 20 kg). Há lojas, hoje, com 9 mil SKUs, por exemplo.
É uma estratégia, que visa aumentar a cesta de produtos comprados por cliente, é uma forma de corrigir uma deficiência que o atacado tinha no passado de experiência de compra ruim pelo preço baixo. A redebusca manter o preço competitivo, mas oferecer uma experiência melhor, mais agradável e que atenda às expectativas dos consumidores nas novas regiões onde estamos presentes.
Fonte: S. A. Varejo