Retomada de restrições mais rígidas coloca nova pressão sobre o varejo, especialmente em setores considerados não-essenciais
Por Diana Cheng
A retomada de restrições mais rígidas coloca nova pressão sobre o varejo, afirmou a Fitch Ratings. De acordo com a agência de classificação de risco, empresas que atuam em segmentos não essenciais, principalmente de vestuário, são as mais vulneráveis às novas medidas restritivas. Como exemplo, a Fitchlistou Guararapes (GUAR3), Centauro (CNTO3), Restoque (LLIS3) e InBrands.
Franquias como a Smart Fit, de academias, e o Burger King Brasil (BKBR3), de restaurantes, também sofrem bastante com a imposição da fase mais restritiva da quarentena.
Segundo a Fitch, essas empresas são fortemente impactadas não apenas pelas medidas de restrição de mobilidade, como também pela maior frequência de demissões no quadro de funcionários.
Por outro lado, as empresas do varejo alimentício, como Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Grupo Mateus (GMAT3), bem como as redes de farmácias Raia Drogasil (RADL3) e Pague Menos (PGMN3) possuem impacto limitado nesses casos.
As companhias com forte exposição ao e-commerce, como Lojas Americanas (LAME4) e sua controlada B2W (BTOW3) também se mostram mais defensivas em cenários como esse.
Apesar das novas pressões no setor, a Fitch destacou que a liquidez da maioria das empresas está em patamares razoáveis para enfrentar curtos períodos de fechamento.
“Empresas como Smart Fit, Burger King Brasil e Centauro levantaram recursos com seus acionistas em 2020, tornando seus balanços patrimoniais mais fortes para enfrentar a esperada queda na geração de caixa”, disse a agência.
Dentro da carteira de varejo da Fitch, Restoque e InBrands estão com a liquidez mais frágil.
Shoppings
O governador de São Paulo, João Doria, anunciou ontem que o estado voltará para a fase vermelha do plano de quarentena devido aos recordes de mortes e internações por Covid-19. A fase vermelha terá início a partir deste sábado (6) e terminará no dia 19 de março.
Com o fechamento do comércio não essencial, as operadoras de shopping centers serão novamente impactadas. Dentre as empresas do setor, a Iguatemi (IGTA3) deve sentir o maior impacto com as novas medidas restritivas, avaliou a XP Investimentos.
A corretora disse que o impacto de cada companhia estará diretamente relacionado com a parte de seu portfólio com as operações suspensas. A Iguatemi possui a maior exposição às regiões com as restrições mais severas (100% de sua ABL [área bruta locável] estará temporariamente suspensa a partir de sábado).
A brMalls (BRML3), por sua vez, terá o menor impacto, com 54% da ABL fechada. Multiplan (MULT3) e JHSF (JHSF3) terão, respectivamente, 65% e 59% da ABL afetada.
Fonte: Money Times