Quase metade dos clientes tiveram boa experiência em supermercados online e 52% prestam mais atenção à origem do produto do que antes da pandemia
Por Redação
Por conta das mudanças de hábitos e de comportamento da população global, em função da pandemia, a Kantar elaborou o estudo “Barômetro COVID-19” para mostrar o sentimento e as expectativas de todo o mundo em relação aos impactos causados pelo coronavírus até aqui. E entre os resultados, 42% das pessoas foram pessoalmente afetadas pela Covid-19; 8% relataram ter contraído o vírus, 23% disseram que um familiar próximo foi diagnosticado e 23% que um amigo próximo foi contaminado. No Brasil, esse impacto foi ainda maior com 87% dos entrevistados afirmando que eles próprios ou alguém próximo foi infectado.
Já no caso do atual cenário varejista, os dados revelam também que grande parte das pessoas fizeram menos de 25% das compras de abastecimento online, enquanto 49% tiveram uma boa experiência nos e-commerces de supermercados e 38% acreditam que já conseguem uma variedade melhor de produtos no ambiente online.
O localismo também continua sendo importante, com 52% da população prestando hoje mais atenção à origem do produto do que antes da pandemia. Além disso, 68% preferem comprar nos supermercados perto de casa e 64% consideram que as lojas locais são importantes para a comunidade.
Outro ponto que tem afetado bastante a população mundial é a questão financeira. Mais da metade (54%) teve sua renda afetada pela pandemia, enquanto 18% espera que sua renda familiar caia por conta da emergência sanitária. O grupo mais impactado foi o dos jovens (18 a 34 anos) com 62% deles experimentando a redução nos rendimentos.
Quanto ao consumo, 70% da população continua avaliando mais de perto os preços em lojas, supermercados e shoppings, em comparação com 64% que dizia fazer o mesmo no ano passado. Além disso, 58% afirmaram que ficam mais atentos às liquidações, número 10% maior que há 12 meses.
A pesquisa também mostrou que a maioria das pessoas espera um impacto econômico de longo prazo. Em geral, um em cada três entrevistados (33%) acredita que a economia se recuperará rapidamente quando a pandemia estiver sob controle; esse índice era de 30% em abril de 2020. Nos países “líderes”, apenas 28% das pessoas expressam o mesmo otimismo.
Preocupação coletivaApesar de tudo, grande parte das pessoas permanecem pacientes com as regras que a pandemia exige. A maioria delas (61%) nos países “líderes” continua a apoiar a implementação das diretrizes até o fim do risco significativo. E apenas uma em cada quatro afirmam que “as regras estão durando por muito tempo”. Por outro lado, nos países mais atingidos, a situação é um pouco mais preocupante, com 55% das pessoas concordando em continuar aderindo às regras, enquanto 35% não pensam assim.
Quanto à saúde mental, a pesquisa também mostrou que 42% dos entrevistados em todo o mundo se sentem afetados pela pandemia, mas o progresso na vacinação parece estar agindo como uma válvula tranquilizadora, já que o impacto na saúde mental é significativamente menor nos países “líderes” (35%) em comparação aos países classificados como ainda em batalha (49%).
Neste quesito, os jovens são novamente os mais afetados, relatando pior impacto no grupo de 18 a 24 anos, seguido pela faixa etária de 25 a 34 anos. Aqueles com 65 anos ou mais continuam a sofrer o menor nível de impacto, embora o índice tenha aumentado de 21% em agosto de 2020 para 29% em abril de 2021.
Cenário futuro
O comércio eletrônico tornou-se parte das vidas das famílias ao redor do mundo e é agora classificado como a atividade número 1, da qual as pessoas utilziam com mais frequência do que antes da pandemia. Em maio de 2020, por exemlo, essa modalidade estava na quinta posição. Outras mudanças são as intenções em torno dos hábitos alimentares saudáveis. Anteriormente classificada como a prioridade número 2 para ser mantida na vida pós-confinamento, agora eles caíram para a quarta posição, depois das compras online, aumento da higiene e passar o tempo em casa com a família, que permanece em número 3 na lista de intenções, desde de maio de 2020.
Já as promessas de “desenvolvimento pessoal” perderam o seu espaço. Originalmente número 4 na lista de comportamentos pretendidos para serem levados adiante, feita em maio de 2020, atualmente essa preocupação caiu para o 10º lugar do ranking atual.
Sendo assim, nos países que possuem um programa de vacinação mais avançado, a retomada da vida cotidiana está no horizonte. Ou seja, as pessoas têm menos ansiedade, se sentem mais seguras e estão mais abertas a voltar a se envolver com o mundo. Este é um desenvolvimento bem-vindo, mas a perspectiva de longo prazo ainda é desafiadora para muitas pessoas. A transformação do setor varejista parece ter vindo para ficar, enquanto as intenções da população quanto à transformação pessoal durante o confinamento tendem a desaparecer.
Fonte: Super Varejo