O casal de empreendedores Paulo Roberto de Carvalho e Maria Cristina Craveiro nem sabia fazer pastéis, mas construiu uma das maiores redes goianas de fast food: o QG, que tem 35 unidades em Goiás, Tocantins e Distrito Federal (5 em implantação) e faturou R$ 36 milhões no ano passado. A meta é chegar a 50 lojas até o final de 2018 e, a partir disto, expandir para 150 unidades em cinco anos. Será um crescimento médio de 30% ao ano.
Tudo começou em 1979, quando Paulo Roberto e Maria Cristina estavam desempregados e decidiram ter o próprio negócio. Venderam os dois imóveis que tinham e compraram a Quitandinha Goiana, na Rua 84 (Setor Sul), que já era estruturada e possuía boas receitas. Dois anos depois surge uma inesperada proposta: abrir unidade no Flamboyant Shopping Center, que seria inaugurado em três semanas. Para isto, o casal precisaria de capital para fazer o investimento, montar a loja na praça de alimentação em apenas 18 dias e, para complicar mais ainda, não poderia vender quitandas, pois era de exclusividade de outra empresa.
Paulo Roberto e Maria Cristina não desanimaram e decidiram vender pastéis na praça de alimentação. O problema é que nunca tinham feito um na vida. Engenheiro civil, o marido ficou responsável de montar a loja (teve de trabalhar em três turnos) e viajou com a mulher de ônibus para São Paulo, para conhecerem as famosas pastelarias paulistas. “Numa manhã experimentei 11 tipos diferentes de recheio para ter ideias”, afirma a empresária ao EMPREENDER EM GOIÁS.
O dinheiro para investir teve a ajuda do tio Durval, que avalizou o negócio na sua fase inicial. Como não venderiam quitandas, também tiveram de mudar o nome da loja. A ideia, de um amigo, foi simples e objetiva: abreviar para QG.
Como venderiam pastéis
O sucesso do QG Pastéis chegou rápido, até porque o shopping era uma grande novidade para Goiânia na década de 80. “Antes só se vendia pastéis em feira livre e mercados”, conta Maria Cristina. A segunda loja foi aberta no Shopping Bougainville e não pararam mais. Abriram unidades nos shoppings Araguaia e o Buriti e nos hipermercados Carrefour e Walmart. Por muitos anos, praticamente todo o lucro ganho era reinvestido nas lojas.
Diversificação
Vinte anos depois o QG iniciaria a sua segunda fase. Meio que por acaso, com conselhos de colaboradores e fregueses, deu início a expansão da empresa. “Percebemos que os clientes da loja no Carrefour Sul procuravam por um almoço simples, caseiro e rápido. Com esta dica abrimos o restaurante Raffas em 2000, ao lado da unidade do QG, no supermercado”, diz Maria Cristina. A decisão de diversificar o mix de produtos com o grelhado e o sanduíche deu tão certo que, três anos depois, o Raffas foi absorvido para a criação do QG Pastéis, Grelhados e Sanduíches. As refeições representam hoje 52% do faturamento da empresa.
A empresa goiana vive atualmente a sua terceira fase, coordenada pelo filho do casal, Guilherme Carvalho, com formação em publicidade e marketing. Em 2003 constatou que era a hora de reforçar a marca criada pelos pais e, para isso, seriam necessárias pesquisas e profissionalização. Três anos depois inicia o projeto para tornar a empresa uma rede franqueadora. Em 2010, a marca QG é lançada e, no mesmo ano, é aberta a primeira franquia no Brasil Park Shopping, em Anápolis.
Novamente foi um sucesso e a empresa chegou a crescer em 50% o número de lojas em um ano. Mas este rápido crescimento também gerou muitos desafios ao negócio. A empresa não estava preparada. Era necessário profissionalizar a gestão. E assim fez. “Nossa meta é chegarmos a 150 lojas. Com estrutura e planejamento, é possível crescer assim”, afirma Guilherme, que assumiu a presidência do grupo goiano.
Além de fortalecer a marca QG com o crescimento do número de franqueados, buscando modelos mais econômicos para cidades de menor porte, a empresa também tem a preocupação de diversificar os negócios. Em abril deste ano foi lançado o Bupaqê Burgers e Pastéis, que oferece uma ampla variedade de recheios e temperos que podem ser combinados da maneira que o consumidor quiser. “O nome é uma abreviação da frase burger e pastel de quê”, explica o empresário.
Fonte: Empreender em Goiás