A Puma, companhia alemã especializada em artigos esportivos, está reforçando sua distribuição no Brasil: retomou o comércio eletrônico, vem ampliando a oferta de produtos no varejo multimarcas e prepara a abertura de mais duas lojas próprias. Como resultado das ações, a empresa informou que obteve um crescimento de dois dígitos nas vendas do primeiro trimestre de 2016 no país, em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.
“Apesar do cenário de crise econômica, o país está em um momento único, porque vai sediar os Jogos Olímpicos. É um momento favorável para mostrar a marca, que já tem reconhecimento dos consumidores, mas está pouco presente nas lojas”, disse Fabio Espejo, presidente da Puma no Brasil.
Segundo ele, a companhia começou a melhorar a distribuição da marca no ano passado – um processo que ainda está em andamento. “A Puma está preparando o terreno para crescer de forma mais acelerada a partir do próximo ano, quando estiver presente em mais lojas e com oferta maior de produtos no país”, disse.
Uma das medidas foi a ampliação das linhas de tênis para a prática de esportes vendidas no país. O executivo não dá um número específico e disse que a empresa ampliou a fabricação local de produtos para substituir parte das importações, que encareceram por causa do real desvalorizado. A Puma tem seus produtos distribuídos para mais de 1 mil lojistas no país, incluindo Centauro, Bayard, Netshoes, Paquetá, Velocità e Guadalupe.
A empresa também retomou, no início deste ano, as vendas on-line e prepara a inauguração de mais lojas físicas com sua marca. No fim deste mês, será aberta uma unidade Puma Select na Galeria do Rock, no centro da capital paulista. Em maio, pretende inaugurar um “outlet” da marca em Duque de Caxias (RJ). A companhia já possui no Brasil duas lojas da Puma (no Rio e em Belo Horizonte), e dois “outlets”, em São Bernardo do Campo (SP) e Itupeva (SP).
A companhia pretende adotar por aqui o novo posicionamento global da marca, mais focado em tênis para a prática de esportes e no atendimento ao público feminino. A Puma contratou a cantora Rihanna como embaixadora da marca e diretora de criação. Parte das linhas de calçados femininos foram desenvolvidos a partir de ideias da cantora. Espejo disse que, no mercado internacional, as coleções da Rihanna esgotam em até cinco dias quando chegam às lojas. “Já fui avisado pela direção global que para trazer a coleção ao Brasil no fim do ano preciso encomendar agora, porque os tênis estão esgotados lá fora”, disse. Espejo acrescentou que estuda com as lojas de artigos esportivos mudanças na apresentação das linhas da Puma nas araras, de forma a criar um espaço separado para as coleções femininas.
Globalmente, a Puma registrou lucro líquido de €37,1 milhões em 2015, com queda de 42% em relação a 2014. A receita cresceu 14%, para €3,39 bilhões. A queda no lucro foi associada à variação cambial e ao aumento dos custos de marketing. Em vendas, a empresa afirma que cresceu dois dígitos em todas as categorias de produtos.
Recentemente, a rival alemã Adidas também anunciou mudanças na operação da Reebok no Brasil, com o desenvolvimento de linhas mais voltadas para academias de ginástica. A Adidas espera para a região da América Latina (incluindo o Brasil) um crescimento na receita de um dígito médio a alto em 2016 em moda constante.
O Iemi Inteligência de Mercado estima que o mercado de roupas e calçados esportivos cresceu 1,5% no ano passado, para R$15,2 bilhões.