O mercado plus size tem um potencial de crescimento que poucas marcas conseguiram enxergar. Entre as grandes redes, porém, há iniciativas de pontuais a mais consistentes. Riachuelo, Marisa, Renner, Pernambucanas e C&A estão entre as gigantes que, de alguma forma, começaram a olhar para este público. Mas nem todas estão no mesmo nível.
Para analisar cada uma delas, NOVAREJO convidou Renata Poskus, digital influencer com o blog Mulherão. Há alguns anos, Renata investiu na criação de um evento especializado em roupas para gordinhas e gordinhos. O Fashion Week Plus Size acontece duas vezes ao ano e apresenta coleções de marcas que já se especializaram no segmento. Hoje, é uma das principais vitrines para o segmento, o que torna Renata uma verdadeira especialista no assunto.
Veja o que Renata disse sobre cada uma das gigantes do setor de fast fashion:
Riachuelo
“As roupas ficam misturadas nas araras com as roupas de mulheres magras. A ideia, teoricamente, é muito boa: não discriminar a mulher gorda e mostrar que ela pode ter a mesma roupa da mulher magra. Mas não é isso o que acontece na prática, pois não são todos os modelos que apresentam tamanhos maiores e o ato de ficar procurando arara por arara algo pode ser embaraçoso e cansativo para a mulher gorda. Esta ideia de misturar os tamanhos nas araras funcionaria se a quantidade de produtos plus size oferecida fosse grande.”
Marisa
“Sinalizar as araras ainda é uma boa opção. É isso o que acontece, por exemplo, nas lojas Marisa que modernizou, um pouco, a linha plus size. Porém, a arara plus size fica sempre no fim da loja, quase que escondida. Manequim gorda na vitrine? Nem pensar! Mas ela ainda tem um grande destaque em sua linha de lingeries, acessível e bem elaborada”, afirma Renata.
Renner
A Renner criou no ano passado, de forma tímida e sem grandes anúncios, uma marca plus size com venda online, a Ashua. “Nas lojas, tamanhos maiores são vendidos, mas também no fim da loja, de forma discreta”, conta a especialista.
Pernambucanas
A marca, conhecida por suas lojas de rua, tem ampliado os investimentos no mercado plus size. Participa há mais de cinco edições do Fashion Weekend Plus Size. “Suas araras plus size ocupam o centro das lojas, em lugar de destaque e a coleção se assemelha àquela vendida para mulheres magras”, diz Renata.
C&A
“A C&A é a que menos evoluiu neste segmento. Fez uma coleção plus size com a Preta Gil anos atrás, um grande fiasco, ao photoshopar a estrela e emagrecê-la em sua campanha. Há poucos meses, em uma campanha que buscava mostrar a diversidade, a marca colocou uma modelo curvilínea, porém longe de ser gorda, com o slogan ” sou gorda, sou sexy?”, o que gerou uma nova onda de rejeição à marca, acusada de querer se aproveitar de uma causa sem de fato atender a esse público, e usando uma modelo que não é gorda para isso. Nitidamente, falta estudar, pesquisar e conhecer o mercado”, avalia a especialista.
Fonte: Novarejo