Sustentabilidade, entrega em poucos minutos, impressão 3D, drones entregadores etc. São termos cada vez mais comuns no e-commerce e que podem assustar algumas pessoas. Porém, esses termos são parte do futuro do comércio online e já precisam fazer parte do cotidiano de quem quer se manter no negócio.
Durante o ThinkTank BR, promovido pela Awin, na última terça-feira (17) em São Paulo, o assunto foi debatido por quem vivencia bem o e-commerce. Participaram do debate Fábio Fialho, chefe de estratégia da Synapcom e diretor da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), Mauricio Salvador, presidente da ABComm, e Fabio Pereira, diretor da ABComm. Confira os principais pontos abordados sobre o futuro do e-commerce:
1) A logística é considerada um dos maiores problemas no e-commerce. Como resolver?
Fábio Fialho – Manter o mesmo discurso de que tudo é ruim não muda nada. No e-commerce, a gente tem lead e estoque. Não tem que pensar no entregador, mas no estoque e na operação de e-commerce. O produto tem que chegar no consumidor de acordo com a vontade dele. Se ele quer pagar caro e receber rápido, tudo bem.
É preciso uma mudança de posicionamento de estoque, que é descentralizá-lo de forma inteligente e integrada, atrelada à conveniência da entrega. O estoque será serviço e vai ajudar na transformação. O futuro em cima da disponibilidade.
Fabio Pereira – Não existe mais e-commerce, mas, sim, digital. A participação do e-commerce no varejo hoje é de 5%, 6% hoje. O Brasil ainda é um ambiente muito hostil, mas vamos ver novas modalidade de entrega.
Outro ponto é a integração de canais. Quando o colaborador da loja perceber a influência do online e o impacto no bolso dele, ele não pensará que o online está roubando as vendas dele. Quando a pessoa entrar no meu site, o vendedor verá o CEP do consumidor, verificar a compra e fazer a entrega. Cada vez mais haverá a descentralização dos canais físicos.
2) Como será o processo de robotização no e-commerce?
Fábio Fialho – A entrega com drones ainda não é realidade no Brasil, assim como os lockers. Já falamos sobre lockers há anos, mas não acontece por problemas de burocracia. O que vai acontecer é mais na questão da integração, como robôs que abrem seu carro por geolocalização para colocar suas compras no seu porta-malas enquanto você está no trabalho. É a relação de uso de tecnologia para ter a facilidade, pois os prédios terão menos porteiros. As questões internas de processos precisam ser melhoradas.
Fabio Pereira – O consumidor está se acostumando com isso. Às vezes, falamos em inteligência artificial, mas tem empresa que nem faz o básico. Hoje, 70% das compras são feitas por mobile, mas nós ainda trabalhamos muito via desktop. O problema é que não focamos no que precisa, de fato, ser feito.
3) Impressão 3D e novos materiais vão impactar no e-commerce?
Fábio Fialho – Estamos vendo primeiro a etapa de personalização. Quem não prestar serviço terá problema, pois está começando um movimento de agregar serviço a produto, que é a customização em massa, como colocar o nome do seu filho em um produto que comprou para ele.
Fabio Pereira – A impressão 3D ajuda na questão de estoque. Ainda está cara, mas tende a reduzir seu custo.
4) Marketplace no futuro
Fábio Fialho – Sou defensor dos apps. Não preciso acessar marketplace para acessar o produto. O que é Rappi, por exemplo? É um marketplace com portfólio e gestão de pagamento. O Uber é um marketplace também. A Amazon tem vantagem nos EUA porque virou buscador. Porém, o Brasil é regional, com grupos que dominam algumas áreas. Por isso, não será possível ter dois ou três marketplaces dominantes por aqui.
Fabio Pereira – No meu entendimento, vamos ter marketplaces segmentados, pois acho difícil um que agregue tudo, como pagamento. Assim, não será necessário sair daquele marketplace.
5) O futuro será bom para o e-commerce?
Fábio Fialho – Prefiro encarar que o futuro será maravilhoso. Não pode ter medo dele, mas tentar saber se colocar de forma positiva. O futuro vai acontecer querendo ou não participar dele. Por isso, a empresa que não se reinventar terá problemas.
Fabio Pereira – As pessoas estão mais preocupadas como que consomem, por isso, as palavras da vez são saudabilidade e sustentabilidade. Temos que pensar muito nesses termos.
Fonte: E-Commerce Brasil