O varejo brasileiro de calçados, com cerca de 35 mil pontos de vendas exclusivos e receita anual de R$ 43 bilhões, deu início a um projeto de desenvolvimento e ampliação da sua representatividade política nos próximos dois anos. Para 2017, a expectativa do setor é crescer 1,5% em volume de pares e 6,5% em receita de vendas, após queda significativa nas duas variáveis em 2016, conforme pesquisa divulgada recentemente.
À frente do projeto está a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), com sede em São Paulo e associados em todas as regiões brasileiras. O novo presidente da entidade, Marcone Tavares, diretor da rede Aby´s, que opera 26 lojas em Alagoas e Sergipe, afirma que o setor precisa ter uma representatividade política condizente com a sua força econômica e já deu início, com este fim, a contatos nas esferas estadual e federal.
Durante a posse de Tavares, no dia 16 de janeiro, em São Paulo, quatro grandes redes de lojas passaram a integrar o quadro associativo da Ablac e seus representantes foram eleitos para cargos de direção. Marcos Finokiet, da Usaflex (Igrejinha/RS), assumiu a diretoria de desenvolvimento profissional e cursos e Rafael Pereira, da Arezzo (Campo Bom/RS), comanda a diretoria de marketing. Já Nelo Ballesteros, da Elmo (Belo Horizonte/MG), é o primeiro conselheiro e Arthur Tchilian, da Di Santinni (São Paulo/SP), o segundo secretário. Bruno Constantino, da Oscar Calçados (São José dos Campos/SP), é o novo vice-presidente.
As novas associadas somam-se às empresas com atuação histórica na Ablac, como Paquetá, Mundial, Aby´s, Casas Ajita, Savan, Passarela, Esposende, Shoebyz, Pontal, Talent, Carioca, Esporte Total, Azul Calçados, Gabriela, Dullius, Radan, Oscar e Flávio´s. Muitas destas são referência em sua área de atuação por investirem em estratégias de marketing, layout de loja, tecnologias diversas e gestão da carteira de clientes. A associação também possui associados de pequeno e médio portes, de todos os estados brasileiros, e busca ganhar corpo com a adesão de outros lojistas.
FORÇA ECONÔMICA
Conforme Tavares, o comércio de calçados responde por 0,7% do PIB brasileiro e emprega diretamente cerca de 350 mil profissionais, número que chega a um milhão com os que atuam nele de forma indireta. Esta força econômica é um dos principais argumentos do setor para conquistar aliados entre deputados e senadores e fazer reivindicações junto ao governo federal.
Para alcançar as metas do biênio 2017-2018, foram criados dois grupos de trabalho. O primeiro, de atuação política, tem como objetivo identificar parceiros e desenvolver ações para viabilizar uma maior representatividade institucional do varejo calçadista e defender os interesses de setor em nível estadual e federal. O outro grupo de trabalho é voltado ao desenvolvimento profissional do varejo calçadista. Os integrantes vão propor ações em diferentes áreas visando preparar gestores e equipes de lojas para os desafios que o setor enfrenta, como a concorrência de outros canais e os novos hábitos de compra dos consumidores.
“A qualificação dos profissionais em áreas como atendimento, tecnologia, mídias sociais e outras deve ter impacto positivo sobre a experiência de compra dos clientes e aumentar as vendas das lojas associadas”, afirma Marcone Tavares.