Não há dúvidas que o comércio pela internet está consolidado no Brasil. Ao contrário das projeções pessimistas do varejo físico, o e-commerce nacional espera crescer 18% em 2016 e faturar 56,8 milhões de reais, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
Produtos como livros, eletroeletrônicos, cosméticos e roupas já figuram há muito tempo na lista de compras virtual do consumidor brasileiro. Por outro lado, o crescimento do setor tem impulsionado a criação de lojas e marcas cada vez mais especializados.
A aposta é atender os aficionados por um assunto específico. Online, lojas de nicho têm o benefício de poder atender o público que vive em diferentes cidades e até países – possibilidade que uma loja física nem sempre tem.
Esse é o caso de diversos clubes de assinatura. Como o modelo de negócios é baseado justamente na curadoria especializada para a escolha de produtos específicos, aliada à conveniência de entregar todo mês o produto na casa do cliente, assinaturas são ideais para o lançamento de marcas que decidem se aproximar de uma parcela determinada de público.
Hoje, já é possível encontrar clubes como a Sociedade da Carne, que envia para seus membros peças de frigoríficos renomados congeladas e embaladas em um caixa de isopor. O Clube Refri seleciona bebidas regionais de todos os estados do Brasil para satisfazer os entusiastas de refrigerantes.
Pimentas, erva mate, meias, produtos de CrossFit ou destinados apenas a noivas. Há até um negócio dedicado aos fãs da Tupperware, marca de produtos de plástico para a cozinha.
“Dá para vender praticamente tudo pela internet”, afirma Maurício Salvador, presidente da ABComm. “Quanto mais especializado e exclusivo, maior a será a rentabilidade. Quanto maior a variedade de marcas e fornecedores de determinada categoria, maiores as chances também, porque o consumidor muitas vezes usa os clubes para experimentar diferentes marcas e modelos”, completa.
Para Salvador, existe apenas uma ressalva. “O empreendedor deve conhecer bem o mercado no qual vai atuar. Se vai vender assinaturas de rações, deve entender de animais, se vai vender cosméticos, deve entender de maquiagem, e assim por diante”, aponta.
Outra característica dos clubes de assinatura que beneficia os negócios voltados para nichos é que a empresa pode se adequar com mais facilidade à variação de público. Como os clientes pagam uma quantia fixa antes de receber a caixa do mês, o fluxo de caixa é mais estável. Além disso, o número de clientes é conhecido de antemão, tornando possível programar com mais facilidade o estoque necessário.