Executivo sugere opções como dar férias, licença não remunerada ou redução de salário para ter as pessoas capacitadas na retomada após crise do coronavírus.
A preservação dos empregos neste período de crise em razão da pandemia de coronavírus deve ser uma prioridade das companhias, disse nesta quarta-feira Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário, que participou de live.
“Precisamos fazer tudo que está em nosso alcance para preservar os empregos, seja dando férias, licença não remunerada ou redução de salário para ter as pessoas capacitadas conosco na retomada”, afirmou Grynbaum.
Na semana passada, a concorrente Natura &Co enviou um comunicado interno aos funcionários das operações na América Latina comprometendo-se a não adotar nenhum programa de demissão por 60 dias. O documento, chamado de pacto, foi assinado por 11 integrantes do comitê executivo, entre eles João Paulo Ferreira, que comanda as atividades na região.
O acionista do Grupo Boticário disse que esta crise tem características bem diferentes porque ninguém nunca imaginou ficar com as lojas fechadas e a população confinada. “Somos uma cadeia bastante completa e tentamos atravessar [este período] da maneira menos dolorosa possível.”
Controladora de O Boticário, Eudora, Beauty Box, Vult, Multi B, Beleza na Web e quem disse, berenice?, a empresa paranaense ainda mantém parte das operações das fábricas para a produção de álcool em gel e produtos de higiene pessoal para doações, da rede de distribuição e das revendedoras. “A equipe de comércio eletrônico é a que está mais ativa para dar conta do canal que está concentrando as entregas.”
Nas fábricas, Grynbaum afirmou na live que a empresa está sendo mais cuidadosa na mudança de turnos da fábrica, adotou grupos menores nos refeitórios, ampliou a rotina de ida dos funcionários aos lavatórios e adotou ônibus menores para o transporte até o complexo fabril. “Este é um momento em que precisamos fortalecer a cultura, essência e valores da empresa”, acrescentou.
Para a retomada, o empresário comentou que precisará entender muito bem o consumidor, que estará com o poder de compra abalado, sendo necessário ter ofertas diferentes, assim como disse Marcelo Maia, presidente da rede de supermercados Dia.
Fonte: Valor Econômico