Em junho, o Mercado Livre anunciou a compra da startup Axado por R$ 26 milhões, aumentando seu portfólio e incorporando, sem mudanças estruturais, as operações da empresa catarinense às suas próprias.
Voltada à gestão de fretes, a Axado calcula preços e serviços de transporte de mercadorias e compara opções de transportadoras para cerca de 3 mil lojas virtuais. A missão principal da companhia é “reduzir os custos e trazer mais eficiência operacional para as lojas”, de acordo com o CEO e cofundador Guilherme Reitz, que hoje ocupa a função de gerente de Mercado Envios dentro da nova empresa.
Com a compra, a Axado viu um aumento de 53% nas suas operações, conta Guilherme, citando como alguns de seus maiores clientes a Arezzo, Raia Drogasil, Etna, Vivara, entre outras. “A nossa expertise está muito atrelada a trazer essa tecnologia, sofisticação e eficiência operacional para todos esses segmentos”, comenta, em entrevista ao InfoMoney.Isso porque com a melhor opção de frete a empresa consegue o entregador que cobra menos e que tem maior experiência com o produto que está sendo vendido. “Às vezes a transportadora que é excelente em transporte de móveis é terrível para envios de eletrônicos, por exemplo. Nosso software consegue identificar esse tipo de coisa e melhorar as entregas, que são uma parte muito sensível do e-commerce, principalmente do ponto de vista do comprador”, completa.
Basicamente, então, a companhia criou uma maneira de comparar todas as opções de entregas e melhorar com isso a eficiência das empresas e a satisfação do consumidor – que receberá seu produto pagando menos e potencialmente mais rápido. Dado que o Mercado Livre realiza mais de 6 milhões de envios por mês, o que o torna líder nesse sentido, a solução “caiu como uma luva” para a empresa compradora.
Sonho
De acordo com Guilherme, fechar com o Mercado Livre sempre foi o sonho da Axado. “Não só porque nossas operações encaixam perfeitamente, mas também porque dentro do Mercado Livre existe muito essa cultura de startup. É uma grande empresa de tecnologia, mas que sempre mantém a mentalidade de startup em suas operações”, conta, comemorando o fato de que não houve demissões ou mudanças dentro da equipe de sua startup após a compra – “só crescemos”, comemora.
Para o Mercado Livre, por sua vez, a compra de uma companhia que já demonstrava excelência no serviço de pesquisa de frete foi um tiro certeiro. “Eles poderiam ter criado internamente um software. Têm dinheiro e pessoal especializado para isso. Mas eram já nossos clientes e perceberam que éramos bons nisso, preferiram investir na certeza”, comenta. “Aliás, sempre que uma empresa quer montar algo que não é seu core business, ela deve pensar antes em possíveis parcerias, para não perder tempo e dinheiro”, aconselha Guilherme.