Por João Gabriel Batista
A H&M, rede de loja de departamentos da Suécia com capilaridade em mais de 70 países, anunciou nesta segunda-feira (17) que irá desembarcar no Brasil. O início das operações está previsto para 2025 e inclui lojas físicas e operação no e-commerce.
A notícia surpreendeu o mercado e foi manchete das mais diversas publicações, sobretudo as especializadas no ramo. A multinacional, no entanto, terá uma série de obstáculos para se posicionar por aqui.
Além dos altos impostos, logística precária e a insegurança jurídica, que são fenômenos que transcendem por qualquer grande empresa com operação por aqui, a concorrência, a busca pelo espaço certo e a rentabilização do negócio para além do simples comércio de roupas tendem a deixar o processo ainda mais complexo.
Concorrência
Diferentemente de outros tempos, em que a concorrência de varejistas de moda se resumia a grupos conhecidos como Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Riachuelo (GUAR3), dessa vez a disputa conta também com a Shein.
A varejista chinesa, que se posiciona no fast-fashion (confecção, consumo e descarte em um curto espaço de tempo), faturou cerca de R$ 8 bilhões em 2022 – praticamente o mesmo tanto que os R$ 8,4 da Riachuelo e mais que os R$ 6,2 bilhões da C&A. A Renner se manteve na liderança isolada com R$ 13,3 bilhões. Os números se referem à receita líquida.
Renner, Riachuelo, C&A e Shein têm superlativos que a H&M não terá quando começar a operar por aqui.
Só a Renner, com suas três marcas (Renner, Camicado e YouCom), conta com mais de 650 lojas e acumula mais de 100 anos de operação no varejo brasileiro. Ou seja, além da capilaridade física, há todo um conhecimento de mercado acumulado por gerações.
Riachuelo e C&A também têm décadas de atuação e centenas de lojas. A Shein não possui operação física, mas possui preços extremamente agressivos, algoritmos eficazes e um modelo de produção ágil que permite entregar para o consumidor o que ele anseia por um baixo preço.
Fonte: MoneyTimes