A vida nos grandes centros acontece sempre em ritmo acelerado. Seja no trânsito, no metrô ou em transportes alternativos, a pressa é companheira dos moradores das metrópoles. O varejo, claro, acompanha o comportamento dos consumidores, a fim de oferecer soluções que se adaptam à rotina de seus clientes.
O relatório de tendências para o varejo da CB Insights aponta justamente nessa direção de que é preciso se adaptar ao novo perfil de consumo. Por isso, a plataforma de análises de mercado faz duas apostas para 2019: estabelecimentos menores – e mais rápidos – e lojas com prazo para fechar as portas, as pop-up stores.
Lojas pequenas
Muitos grandes varejistas estão fugindo das tradicionais lojas gigantes, optando por pontos de venda menores. A IKEA, marca de móveis e decoração, anunciou que vai abrir uma “loja-estúdio” em Manhattan, entre maio e junho deste ano. A ideia é que os consumidores possam escolher itens que gostariam que fossem entregues em suas casas.
O anúncio faz parte da estratégia da IKEA de abrir 30 lojas pequenas em três anos. Outras gigantes, como Sephora e Target, já abraçaram formatos menores para suas lojas. O objetivo é atender melhor aos consumidores que moram em grandes centros.
A tendência de lojas menores em 2019 pode ser explicada por uma previsão das Nações Unidas: dois terços da população mundial viverão em áreas urbanas até 2050. Em um espaço urbano mais denso, lojas pequenas facilitam a visita de consumidores apressados, são mais baratas, demandam menos funcionários e um estoque menor para gerenciar.
Um bom exemplo dessa tendência é a loja de departamentos norte-americana Macy’s. A marca lutou para manter suas grandes lojas, mas decidiu encolher algumas operações que não iam bem em até cinco vezes do tamanho original. O CEO da Macy’s, Jeff Gannette, afirmou que o objetivo agora é transformar as lojas em destinos focados na conveniência.
As lojas menores devem ainda buscar localizações privilegiadas nas cidades, para auxiliar no atendimento e entrega de pedidos on-line. Para reduzir ainda mais os custos, as marcas que apostarem neste modelo podem ainda firmar parcerias com startups de entrega e mobilidade.
Pop-up stores
As lojas pop-up se tornaram campos de teste eficiente para que os varejistas ponham à prova novos produtos e tecnologias, além de fazer bem para a imagem das marcas. Este modelo já se tornou comum no setor varejista.
As pop-up stores são lojas com prazo para fecharem e representam uma boa oportunidade para testar, além dos produtos, layouts, tecnologias que auxiliam no atendimento ao cliente e campanhas de branding. Tudo isso sem o risco financeiro que uma aposta de longo prazo representaria.
Tradicionalmente, essas lojas são abertas por empresas digitais que querem estabelecer pontos físicos. A varejista de moda Bonobos, por exemplo, opera um trailer onde os consumidores podem experimentar vários modelos com a consultoria de um estilista. Depois, as peças são enviadas para as casas dos clientes.
Em 2017, o Alibaba abriu 60 pop-up stores para o Dia dos Solteiros. Todas as lojas foram integradas ao Tmall, e-commerce do Grupo Alibaba, e tinham espelhos inteligentes que permitiam que os clientes experimentassem as roupas virtualmente.
Cliente testa tela interativa que dá detalhes sobre os produtos na pop-up store do Tmall / Crédito: Sohu
Nos Estados Unidos, a Amazon se juntou com a Calvin Klein para abrir uma pop-up que oferecia uma experiência digital em outubro de 2018. Um mês depois, a loja temporária da Macy’s contou com realidade virtual e com a parceria do Facebook.
As pop-up stores são uma ferramenta extremamente eficiente para todo o setor varejista. As tecnologias que estão sendo testadas nessas lojas que têm prazo para fechar devem ditar o movimento dos varejistas nos próximos anos.
Fonte: Novarejo