Canais especiais permitem que consumidores reportem vulnerabilidades de segurança de produtos ou serviços
Por Katia Simões
Os ataques de ransomware – em que os hackers tornam os sistemas indisponíveis e pedem resgate para liberá-los -, como o sofrido pela Lojas Renner em agosto, deixando site e aplicativo da varejista fora do ar por mais de 24 horas, são cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo. Além do prejuízo financeiro, a empresa vítima da invasão enfrenta, muitas vezes, processos decorrentes do vazamento de dados de seus consumidores. Sem contar a perda de confiança por parte do consumidor.
Estudo feito pela Zoho, empresa de aplicativos e softwares de negócios, conduzido pela plataforma Toluna, revelou que 48% dos entrevistados deixariam de comprar em uma empresa se descobrissem que ela já sofreu ataque cibernético. A pesquisa, que ouviu mil brasileiros, destaca que 65% dos respondentes têm medo de fornecer dados pessoais ao fazer compras online, 75% evitam fazer negócios com lojas virtuais que não tenham domínio de e-mail próprio, enquanto 39% confiam mais no aplicativo da loja do que no site.
“Na Amazon, desenvolvemos todos os nossos sistemas e dispositivos considerando a segurança da informação e a privacidade dos dados como prioridade e investimos pesado para garantir isso”, afirma Leandro de Paula, diretor sênior da Amazon Brasil. Sem revelar o volume de investimentos, o executivo observa que a empresa não só tem áreas dedicadas a desenvolver mecanismos de segurança cada vez mais eficientes, como todos os desenvolvedores são treinados para considerar esses aspectos como pontos iniciais no desenho dos sistemas. “Mantemos medidas de proteção físicas, eletrônicas e processuais relacionadas à coleta, armazenamento e divulgação de informações pessoais”, afirma. “Temos canais especiais para os consumidores reportarem qualquer vulnerabilidade de segurança dos produtos ou serviços de varejo.”
Com 65 milhões de compradores e 12 milhões de vendedores, o Mercado Livre investiu em 2020 mais de US$ 100 milhões em ações de prevenção a fraudes na plataforma. De janeiro de 2020 a junho deste ano, o Brand Protection Program (BPP) – que concentra inteligência artificial e tecnologia automatizada de combate à pirataria, falsificação e fraudes do Mercado Livre na América Latina – permitiu a extinção de 30 milhões de anúncios, inibindo a tentativa de entrada de cerca de 1,3 milhão de produtos ilegais. “A partir do BBP, estabelecemos um sistema de parceria com mais de 5 mil titulares de propriedade intelectual com milhares de direitos na América Latina, que podem denunciar eventuais produtos piratas na plataforma”, diz Fabiana Saenz, diretora de inteligência antifraude do Mercado Livre no Brasil. “Com esse trabalho, mais de 68 mil vendedores foram desativados.”
Segundo Saenz, os fraudadores estão sempre testando novas estratégias de golpes, daí a necessidade de atualização do sistema o tempo todo. “Temos 600 profissionais, entre cientistas e analistas de dados, trabalhando na prevenção e combate a fraudes”, afirma. “Em toda a América Latina, para cada denúncia recebida na plataforma, nosso sistema remove oito vezes mais anúncios irregulares antes de serem publicados.”
Fonte: Valor Econômico