Depois de anunciar um plano de Recuperação Extrajudicial em agosto de 2018, a Máquina de Vendas, detentora da marca Ricardo Eletro, agora tenta colocar em prática ações que possam fazer com que a rede de lojas volte a ter força no mercado e recupere seu espaço. Basicamente, o que se prevê é uma volta por cima, que ainda está em andamento, porém pode colocar a Ricardo Eletro, mais uma vez, ao lado das grandes varejistas que atualmente dominam o mercado.
Segundo a revista Exame, as dívidas do grupo chegaram a R$ 2,5 bilhões – R$ 1 bi com fornecedores e R$ 1,5 bi com bancos. Em janeiro deste ano o plano de recuperação foi homologado, e a Máquina de Vendas recebeu um aporte de R$ 250 milhões da companhia brasileira de private-equity, Starboard. Em paralelo a isso, a holding já havia anunciado seu novo presidente, Luiz Wan-Dall, que, desde então, vem dando declarações otimistas e colocando novas ações em prática, visando a recuperação do grupo e, principalmente, da Ricardo Eletro.
O conceito de omnichannel, já em prática em suas concorrentes, pode ser uma das soluções para a retomada de mercado da Ricardo Eletro. “Como estamos em um processo de organização e com resultados evoluindo mês a mês, apostamos em ajustes que consideramos importantes para este momento, que englobam desde o nosso parque de loja – com um olhar especial para as unidades que promovem maior rentabilidade, bem como na retomada de vendas, recomposição de estoque, adequação na despesa e no investimento em marketing voltado ao conceito de omnichannel, em prol da comodidade do cliente”, explica Samuel Henrique Belo, vice presidente comercial da Ricardo Eletro.
O site da Ricardo Eletro já registra mais de 150% de aumento de vendas, de acordo com informações repassadas pela própria marca, e o objetivo é horizontalizar de forma agressiva a plataforma. “O intuito é que o cliente entre no site da rede varejista e tenha uma experiência completa antes, durante e depois da compra. Para isso, estamos investindo em empresas de tecnologia, que irão acelerar esse processo para este segundo semestre e para o próximo ano. Estamos mais preocupados em vender experiências do que produtos em si”, diz Pedro Bianchi, presidente do conselho de administração do Grupo Máquina de Vendas.
Para os especialistas em varejo ouvidos pela reportagem, a nova diretoria da Ricardo Eletro parece mais focada e usando boas estratégias para a recuperação financeira e retomada de mercado. “O que nós estamos vendo por enquanto é que um fundo de investimentos fez uma boa ingestão de recursos e a gestão que assumiu a empresa parece mais focada e com objetivos mais claros, o que está trazendo resultados interessantes e positivos, porém ainda é muito cedo para analisarmos se a Ricardo Eletro vai conseguir, realmente, se recuperar e chegar onde pretende”, analisa Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo).
Fonte: Móveis de Valor