Por Leandro Miguel Souza | Em sua palestra durante o Fire Festival, evento da Hotmart realizado em Belo Horizonte, a gerente geral de marketing e operações do Tik Tok no Brasil não poupou comentários sobre o comprometimento da rede social com o público brasileiro, um dos maiores da empresa em todo o mundo. Entretanto, quando o assunto é trazer um de seus recursos mais badalados lá fora, o Tik Tok Shop, a empresa ainda está reticente.
Em conversa com o Startups durante o evento, Kim preferiu não entrar em comentários sobre os rumores do Tik Tok Shop chegar ao Brasil, que circulam desde o ano passado, e que previam a chegada da funcionalidade por aqui no primeiro semestre deste ano.
Entretanto, até agora a companhia não virou essa chave no país, e parece que ainda não é a hora de fazer. “Quando chegar a hora, nós vamos contar para vocês”, desconversou a executiva.
O que se sabe, porém, é que a empresa anda revendo os planos de expansão da sua plataforma de social commerce. Uma reportagem recente do Financial Times divulgou que a equipe responsável pela estruturação do projeto do Tik Tok Shop em outros países (incluindo o Brasil), foi realocada para regiões onde a operação já está ativa, mas enfrenta dificuldades.
Aliás, um desses mercados é o norte-americano que, segundo o Tik Tok, guarda um potencial para movimentar mais de US$ 200 bilhões ao ano, mas que atualmente não movimenta muito mais do que US$ 3 milhões ao dia, segundo outra reportagem, do The Information.
Para fins de comparação, no mercado asiático, onde o Tik Tok domina, os valores diários movimentados passam dos US$ 60 milhões, com expectativa de chegar aos US$ 90 milhões ainda este ano.
Mercado estratégico
O Tik Tok não abre números regionais de usuários – globalmente a empresa conta com cerca de 1 bilhão deles – mas Kim Farrell é categórica ao colocar o Brasil como uma parcela importante deste bolo.
“Eu posso afirmar que a gente continua num ritmo bem saudável de crescimento no país, trazendo mais comunidades e agregando novas funcionalidades para atender estes públicos”, revela.
Perguntada se o Brasil pode se destacar nos esforços globais da marca, frente às represálias que o Tik Tok está sofrendo nos Estados Unidos, inclusive sendo banido em estados como a Flórida, a executiva também não entrou em muitos detalhes.
“No Brasil e na América Latina a gente tem sido muito bem recebido, e é uma área importante de investimentos para nós, independentemente do que acontece nos Estados Unidos”, afirmou Kim.
Por falar em investimentos, durante o Fire Festival, Kim falou sobre novos recursos disponibilizados pelo Tik Tok para produtores de conteúdo monetizarem suas criações. “A gente sempre busca priorizar o Brasil no lançamento de novas ferramentas, pois é um público heavy user”, avalia.
Uma das ferramentas mais recentes citadas por Kim é foi o Tik Tok Series, que permite a criadores postarem séries de até 80 episódios, de 30 segundos a 20 minutos. Apesar de ter sido lançada globalmente, Kim destaca que o público brasileiro foi um dos que mais abraçaram a novidade. “Vimos um engajamento muito forte no Brasil, e produtores de conteúdo com vídeos mais longos, como cursos, encontraram um canal para monetizar e ganhar mais com isso”, finaliza.
Fonte: Startups