Um espaço com móveis dos anos 1930, paredes decoradas com retratos das famílias da máfia, smoking e chapéu para tirar foto como mafioso e mesa de pôquer: assim é o ambiente da nova unidade da pizzaria Patroni, em São Paulo.
A rede de franquias possui quase 200 unidades em shopping centers e agora aposta novamente no restaurante de rua com salão, o mesmo modelo de negócio de quando foi fundada, em 1984. O empresário Rubens Augusto abriu a empresa para ajudar seu pai a superar a depressão.
O cardápio é o mesmo das demais unidades da rede, mas, no restaurante, os garçons se vestem a caráter e usam palavras em italiano. A mesa de pôquer é outro atrativo, já que não é comum em restaurantes. Não é necessário pagar para usar, mas não é permitido fazer apostas. O jogo é considerado esporte da mente desde 2010, assim como o xadrez.
A proposta é oferecer uma experiência diferente para os clientes, o que é inviável em praças de alimentação de shoppings, diz Augusto.
“O projeto visa resgatar a tradição italiana e familiar, com salão, bar, mesa de pôquer e adega em que os clientes poderão apreciar inúmeros rótulos de vinhos. Queremos oferecer um modelo de consumo diferente da maioria, vamos resgatar o ‘slow food’, as refeições em família, os momentos de diversão de antigamente.”
Piloto para nova franquia
O novo formato foi batizado de Casa do Don. “O Don Patroni, personagem da marca criado em 2008, é um gângster do bem. Na Itália, um ‘Don’ é quem conquistou respeito e zela por toda a família, sejam amigos ou necessitados. É um homem que conseguiu vencer na vida, admirado”, afirma Augusto.
A rede quer usar o restaurante para avaliar a possibilidade de oferecer esse novo modelo também em formato de franquia.
As franquias Patroni têm investimento inicial a partir de R$ 150 mil (modelo expresso, tamanho menor), com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 60 mil, com lucro de R$ 9.000.
No modelo clássico, o investimento inicial parte de R$ 400 mil, o faturamento é de R$ 125 mil, e o lucro, de R$ 15 mil. Em ambos os modelos, o retorno do investimento se dá a partir de 18 meses. Os dados foram fornecidos pela empresa.
Com o novo negócio, a marca planeja alcançar a receita de R$ 360 milhões até o final de 2016.
Ambientação atrai, mas máfia pode gerar estranhamento
Para a consultora especializada em franquias Ana Vecchi, a pizzaria inova ao apostar em uma ambientação diferente. Porém, segundo ela, associar-se à máfia pode trazer uma conotação negativa para alguns clientes.
O produto deles é commodity, é o mesmo que se encontra em cantinas italianas. Mas comer na casa do mafioso desperta mais curiosidade do que comer na casa da ‘mama’ ou da ‘nona’, por exemplo. O marketing deve ser trabalhado de forma lúdica e bem-humorada.