O pernambucano Raphael Mattos, 29 anos, estava no último ano da faculdade de administração, nos Estados Unidos, sem saber qual seria o próximo passo de sua carreira. Bolsista como atleta de vôlei na Longwood University, no estado da Virgínia, o jovem não sabia se seguiria no país ou retornaria ao Brasil, ao lado de sua família. Filho de pais empreendedores, atuantes no mercado de franquias de alimentação do estado do Pernambuco, Mattos decidiu voltar.
Como seu curso tinha ênfase em empreendedorismo, pensou em unir a expertise familiar com a experiência fora do país. Passou três anos estudando os dois mercados em busca do negócio ideal – enquanto isso, trabalhava como auditor em uma multinacional. Após o período, decidiu que abriria um negócio dentre alguma das seguintes opções: uma franquia brasileira nos EUA ou vice-versa.
Em uma dessas missões, contratou uma consultoria norte-americana para analisar as possibilidades dos dois mercados. Uma delas era investir na internacionalização da rede Camarada Camarão, na qual a família de Mattos já atuava há muitos anos. A outra possibilidade era lançar uma nova marca no Brasil – e foi essa a opção mais interessante.
Em 2015, o empreendedor se deparou com a marca Pizza Studio, que funciona como um “Subway” das pizzarias. Ou seja, o cliente escolhe o tipo de massa, o tamanho da redonda, o tipo de molho e os recheios que quer em sua pizza. Além do mais, a empresa oferece luvas para as pessoas comerem os produtos com as mãos. Foram dois anos até estruturar o lançamento da marca no Brasil.
A primeira unidade da Pizza Studio aA Pizza Studio conta com quatro opções: integral de linhaça, tradicional, apimentada e ervas finas. Nos molhos, também conta com barbecue, pesto e alfredobriu as portas em julho deste ano, na cidade de Recife, Pernambuco. Serão mais cinco novas lojas abertas até o fim de 2018, a maioria no Nordeste. Mattos diz que a adaptação do negócio para o público brasileiro está repleta de desafios, dentre eles a cultura de “comer com as mãos” e os tipos diferentes de massa.
. “O consumidor brasileiro não gosta muito de pimenta na massa. Tivemos que alterar as receitas”, diz Mattos.
Outra mudança no cardápio foi o investimento em mais opções de salada. O público do Brasil se interessa por opções mais saudáveis que o norte-americano. O empresário conta que, no horário do almoço, já vende mais saladas do que pizzas. “A pizza de linhaça hoje é o nosso carro-chefe. Percebemos um público mais aberto às opções saudáveis.”
A primeira unidade da empresa deve fechar o ano com um faturamento mensal de R$ 130 mil. No ano que vem, a empresa vai lançar novas unidades em Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro. “Vemos o Brasil como um grande potencial desse tipo de negócio.” Sobre a concorrência, Mattos entende que há espaço para diferentes marcas no país. “Acreditamos que esse formato de pizza vai se fixar no país.”
Fonte: PEGN