A Mult-QSR, empresa do Grupo Sforza que administra no Brasil a Pizza Hut, decidiu antecipar a expansão da rede de pizzarias. A companhia planeja abrir 700 lojas até o fim de 2023. A meta original era fazer essa expansão até 2027, chegando ao fim do período com 880 lojas.
O bom desempenho da rede no primeiro semestre e a recuperação no consumo motivaram a antecipação de planos, afirmou Lincoln Martins, presidente da Mult-QSR. Em janeiro deste ano, o grupo Sforza, do empresário Carlos Wizard Martins, fechou acordo com a americana Yum! Brands para assumir as operações da Pizza Hut e do KFC no Brasil, tornando-se franqueado master das redes.
A meta original era abrir franquias após dois anos de operação própria no país. “Como os resultados de vendas estão bons, decidimos com a Yum! Brands acelerar a expansão de lojas [com franquias] já a partir deste ano”, afirmou Lincoln Martins. A projeção para lojas próprias continua sendo a de inaugurar 35 unidades em cinco anos, com investimento de R$ 75 milhões.
O executivo não divulga dados financeiros da operação da Pizza Hut no país. Martins disse apenas que as vendas cresceram no primeiro semestre, mantendo o número de lojas estável. O negócio de alimentação do Grupo Sforza, que engloba as redes Pizza Hut, KFC e Taco Bell, atingiu em 2017 faturamento de R$ 65 milhões.
Na avaliação de Martins, houve melhora na demanda para o setor de alimentação neste ano. “O cenário é positivo, apesar da greve dos caminhoneiros ter afetado o consumo no fim de maio”, afirmou o executivo. O projeto de expansão da Pizza Hut, segundo ele, tem como alvo principal o avanço de vendas entre consumidores das classes C e D.
Para atrair esse público, a companhia tem feito promoções de pizzas grandes, reduzindo o preço de R$ 39,90 a unidade para R$ 29,90. O objetivo, segundo Martins é atrair novos consumidores.
O plano de franquia da Pizza Hut contempla a abertura de lojas com 120 a 200 metros quadrados, e investimento inicial de R$ 750 mil. Martins disse que a meta é abrir 150 unidades até o fim de 2019, com operação nas capitais e em cidades menores.
A rede Pizza Hut também pretende expandir o serviço de entrega em domicílio. Dos 180 restaurantes em operação, 40 fazem entrega de pizzas. Nessas unidades, a entrega representa 20% das vendas. Martins disse que o modelo de franquia foi desenhado tendo como foco a entrega. “Nossa expectativa é que a entrega passe a representar 60% das vendas”, afirmou Martins.
A entrega em domicílio também é uma aposta do Grupo Patroni para incrementar as vendas neste ano. A rede brasileira, que possui 200 lojas em operação, já contou com o serviço no passado e agora decidiu voltar a oferecê-lo. “Existe uma demanda reprimida no país por esse serviço”, afirmou Luiz Cury Filho, diretor de franquias do Grupo Patroni.
Cury observou que o setor de entregas cresceu 12% nos últimos dois anos, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,5% em 2016, e cresceu 0,5% em 2017. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2017, o setor de franquias de pizza e massas atingiu receita de R$ 42,8 bilhões, com crescimento de 5%. A ABF não tem dados sobre o desempenho neste ano do segmento. No primeiro trimestre, as franquias de alimentação como um todo cresceram 6,6%, para R$ 10,59 bilhões.
Cury disse que pretende abrir neste ano 10 lojas voltadas apenas para entrega em domicílio. As unidades têm 45 metros quadrados de área e exigem investimento entre R$ 150 mil e R$ 250 mil. A rede também planeja abrir mais 25 unidades da Patroni em outros modelos de franquia. O grupo prevê ainda abrir 10 restaurantes Casa do Don no país no segundo semestre. O Grupo Patroni prevê para o ano uma receita de R$ 518 milhões, com aumento de 2% no ano.
Outra concorrente de grande porte, a Domino’s, que possui em torno de 220 unidades em operação no país, já oferece o serviço de entrega a domicílio. Atualmente, a gestora de private equity Vinci Partners aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para anunciar a aquisição da Domino’s no Brasil. Hoje, o grupo Trigo, que também é dono da rede Spoleto, tem o direito de franquear a marca americana. Procurada, a companhia não se manifestou.
Fonte: Valor Econômico