Por Paulo Gratão | Com inspiração na tendência de lojas em contêiner, a rede de franquias de pet shop Petland anuncia o lançamento de um modelo de loja sustentável, construída a partir de polipropileno reciclado, a Eco Box. O formato será mais barato do que a loja convencional, e pode até mesmo ser transferido de local. Para este ano estão previstas 30 inaugurações do novo modelo. A notícia foi revelada antecipadamente a PEGN.
As lojas terão 24 metros quadrados, e têm o objetivo de captar empreendedores com menor capacidade de investimento, além de ampliar a pegada sustentável da marca. “Uma tonelada de lixo retirada da natureza vira 2.250 módulos, que são 100% reciclados”, afirma Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland. Oempreendedor diz que a empresa tem algumas agendas ESG estruturadas, sobretudo na questão social e de governança. “Faltava alguma coisa verde, de fato”, diz.
O investimento inicial para ser um franqueado deste modelo de negócio é a partir de R$ 195 mil, com retorno previsto em até 20 meses. Para efeito de comparação, o investimento necessário para ter uma franquia regular da Petland, de 150 metros quadrados, é a partir de R$ 500 mil.
De acordo com Albuquerque, uma das vantagens do modelo é que a loja pode ser montada em pontos estratégicos, de alta circulação, como atacarejos, shopping centers e postos de gasolina, em até 50 dias. Para uma loja normal, o prazo pode chegar a até seis meses.
A marca vem testando formatos menores de loja desde 2021, mas chegou ao modelo atual no final de 2022, com uma unidade própria na região do Butantã, na zona oeste de São Paulo, que depois foi realocada para o Guarujá, no litoral paulista, onde opera atualmente. O investimento na concepção do projeto, que teve o fornecedor alterado no meio do processo, foi de R$ 1,5 milhão.
O foco das lojas Eco Box será no serviço, que representará cerca de 90% do faturamento das operações — Albuquerque não abre a receita da rede realizada em 2023, nem a projeção para este ano. O mix de produtos da loja sustentável é limitado, sem oferta de rações, e conta com itens como tapete higiênico, anti-pulgas, bifinhos e brinquedos, além de produtos da marca própria Pet Choice.
Concorrência acirrada e fusões no mercado pet
No mercado desde 2014, a Petland passou a ganhar concorrência mais profissionalizada no ramo de pet shops nos últimos anos. Petz, com a Zee.Dog, e a Petlove são algumas das marcas que iniciaram a expansão por franquias, mirando o consumo em bairros.
Esse mercado tem atraído grandes marcas por uma razão lógica: os pet shops de bairro corresponderam a 48,7% do faturamento do setor em 2022, de R$ 60,2 bilhões (dado consolidado mais recente divulgado pelo Instituto Pet Brasil). Venda de rações ainda era o principal vetor de faturamento deste mercado no período (56%), mas pet care já avançava, com um crescimento de 20% em 2022.
De acordo com Albuquerque, o movimento de grandes marcas olhando para os pet shops de bairro é “bom”, pois ajuda a “nivelar a concorrência para cima”, com marcas estruturadas. “Todo esse gigantismo do mercado não foi acompanhado por profissionalismo. Ainda existem muitas lojas muito pouco estruturadas, analógicas”, analisa.
Há cerca de um mês, chegaram a ser ventiladas notícias de uma possível fusão entre Petz e Petlove, duas das principais concorrentes da Petland. Nenhuma das duas marcas confirmaram a informação. Albuquerque também não revela se chegou a receber alguma proposta das concorrentes.
Atualmente, a Petland tem 160 unidades, mas deve passar por algumas revisões de pontos e de contratos com franqueados até o fim do ano. A previsão é terminar 2024 com cerca de 190 franquias abertas, entre novas unidades e mudanças de pontos. “Estamos olhando muito para qualidade. Neste ano eu já neguei 12 franquias”, diz Albuquerque.
Fonte: PEGN