A Pernambucanas, varejista de moda e artigos de cama, mesa e banho, acelera a abertura de lojas neste fim de ano, apesar do comportamento ainda instável da demanda. O objetivo é cumprir a meta de 35 inaugurações até o fim de dezembro — até agora, foram feitas 23, somando 368 pontos de venda no país.
“Estamos correndo agora para garantir que todas as unidades estarão prontas para as vendas de Natal”, disse Sergio Borriello, presidente da Pernambucanas. O executivo espera um desempenho positivo nas vendas da Black Friday e nas festas de fim de ano, com a liberação de recursos do FGTS.
Neste mês, a companhia inaugurou cinco lojas, em Cariacica (ES), Brasília, Diadema e Rio de Janeiro (duas lojas neste caso).
No início do ano, a Pernambucanas anunciou abertura de 30 a 35 unidades, com concentração maior no segundo semestre. No foco estão a região Sudeste e o Rio Grande do Sul. Em 2018, foram abertas 28 lojas, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Para 2020 e 2021, a companhia planeja uma expansão mais agressiva, chegando a 90 novas unidades no biênio.
Borriello disse que os consumidores ainda apresentam um comportamento errático. “A semana do Brasil, por exemplo, foi forte em vendas, mas esvaziou um pouco as vendas em outubro. Tem sido assim, em um mês a venda cresce, em outro, não”, afirmou.
Mesmo assim, ao longo do ano, houve crescimento no volume vendido. De acordo com o executivo, o fluxo de clientes nas lojas está entre 7% e 8% maior, em comparação a 2018. A companhia tinha como perspectiva para 2019 crescimento de 5% a 6% nas vendas em lojas abertas há mais de 12 meses.
Borriello disse que o consumidor busca principalmente promoções e descontos. “Esse crescimento acaba não se refletindo muito em ganho nas margens de lucro”, afirmou, sem citar números.
Em 2018, a Pernambucanas registrou lucro líquido de R$ 548,99 milhões, ante R$ 203,25 milhões no ano anterior. O avanço de 170% foi beneficiado por um ganho fiscal de R$ 443,65 milhões, relacionado à decisão favorável em uma ação judicial que questionava a inclusão do ICMS na base de cálculo de PIS e Cofins. A receita líquida chegou a R$ 4,2 bilhões, com aumento de 17,6%. Considerando apenas lojas abertas há mais de 12 meses, o crescimento foi de 0,6%.
A Euromonitor International classifica a Pernambucanas como loja de departamentos. Nessa categoria, a empresa ocupa a segunda posição em receita, com participação de mercado de 45,1%. À sua frente está a catarinense Havan, com 54,7% do mercado.
Além da abertura de lojas, a Pernambucanas fortaleceu a oferta de serviços digitais neste ano. Em abril, a companhia lançou uma conta digital pela qual os clientes podem fazer saques, depósitos, recarga de celulares, enviar e receber TED, pagar contas e gerar boletos. Borriello disse que a companhia já possui mais de 600 mil contas digitais abertas. “Acredito que vamos chegar a 1 milhão de contas até o fim do ano”, afirmou.
A companhia também passou a oferecer a opção de comprar on-line e retirar na loja, e comprar online na loja o produto que está em falta no estoque e receber em casa. “As vendas nesses modelos têm ido bem”, disse Borriello.
Fonte: Valor Econômico