Pela primeira vez na história, mais de 500 shopping centers existentes em território nacional estão fechados – e o impacto disso ainda é incalculável. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai, durante webinar realizado no início da tarde de hoje (30/3). A apresentação também contou com a presença de Nabyl Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).
O que se pode calcular até o momento, segundo Humai, é que, entre isenções e adiamentos de aluguéis e outros custos ocupacionais, as empresas administradoras de shoppings tenham perdido cerca de R$ 1 bilhão. No final da semana passada, as duas entidades divergiram entre a isenção e o adiamento do pagamento de aluguéis enquanto os shopping centers permanecessem fechados.
Para eles, os lojistas precisam de mais ajuda para conseguir manter todos os funcionários empregados e as empresas funcionando. “Se, nos próximos 15 ou 20 dias, não houver definição dos bancos de liberar de forma rápida o que está sendo prometido, vamos ter impactos no desemprego, infelizmente”, disse Sahyoun.
Os dois executivos avaliam como positivas as medidas anunciadas pelo governo para financiar o salário de funcionários. No entanto, afirmam que essas ações precisam acontecer rapidamente para que tenham efeito. “Garantir renda para o trabalhador, manutenção dos empregos e crédito para o pequeno e médio lojista: essas três medidas devem ser priorizadas no discurso e nas ações do governo. Eles estão no caminho certo, mas na velocidade e intensidade ainda não ideais. Precisamos que o crédito, o dinheiro e a liquidez cheguem na ponta. Rápido é hoje, não daqui a uma semana”, afirmou Humai.
Shopping centers terão reabertura gradual
Para Humai, a abertura dos shopping centers deverá ser gradual, e tanto o consumidor quanto o lojista terão um novo comportamento. Os empreendimentos poderão começar a funcionar em horários reduzidos, com um espaçamento maior entre as mesas na praça de alimentação e restrição de acesso às lojas, por exemplo. “No primeiro momento, é como vamos voltar às atividades”, disse.
As duas associações dizem que a incerteza é o principal complicador da crise, uma vez que não há uma data para a reabertura dos negócios. “É preciso uma ação clara e objetiva do governo, que possa ser feita em uma canetada. Dar liquidez e crédito para o lojista e passar segurança para a população. A demissão é um ciclo vicioso, e estamos em um grande esforço para não fazer isso”, afirmou Humai.
Fonte: PEGN