No início do ano, é comum empresas revisarem seus planejamentos levando em conta ajustes em metas, investimentos, quadro funcional, relação com fornecedores, entre outras atividades rotineiras. Um ponto ainda bastante negligenciado pelos varejistas, contudo, é a avaliação de perdas e desperdícios de operação. Além de diminuir a rentabilidade do negócio, esses problemas podem levar o cliente para a concorrência, em função de uma eventual indisponibilidade do produto procurado.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe) aponta que as perdas do varejo brasileiro em 2017 somaram R$ 20 bilhões, o que representa 1,29% do faturamento líquido do setor. A boa notícia é que esse índice vem caindo ano a ano – 1,4% em 2015 e 1,32% em 2016 –, consequência dos investimentos em tecnologia e treinamento dos funcionários.
Entre os segmentos do varejo, o de supermercados lidera o ranking de perdas, com um índice de 1,94% em relação à receita líquida. Era de se esperar que o ramo se destacasse nesse quesito, uma vez que comercializa um volume grande de produtos perecíveis. Em segundo lugar estão as livrarias/papelarias, com uma taxa de perdas de 1,46%. Os demais segmentos ficam abaixo da média nacional.
A pesquisa também mostra que 35% das perdas no varejo ocorrem em função do que se chama “quebra operacional”: vencimento, dano ou deterioração do produto, armazenamento inadequado e danos causados por funcionários. As ocorrências são mais frequentes nos segmentos de supermercados/atacarejos, drogarias e materiais de construção.
Furto externo (24%), furto interno (15%) e erros de inventário (10%) também são motivos recorrentes de perdas.
Para reduzir os desperdícios, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) recomenda que os estabelecimentos comerciais instalem sistemas de segurança, como antenas e etiquetas antifurto, e circuito interno de câmeras, para inibir ações de furtos.
O treinamento dos colaboradores também é uma medida efetiva para reduzir a taxa de perdas. É importante reforçar a necessidade de organização das prateleiras, de modo que os produtos com data de vencimento mais próxima fiquem em destaque, além de realizar inventários periódicos.
No âmbito gerencial, uma ação que traz efeitos positivos é a criação de processos específicos de compra, recebimento de mercadorias, armazenagem e exposição dos produtos na loja.
Fonte: Panorama Farmacêutico