A GfK, empresa de pesquisa, apresentou na 38a Convenção Anual da ABAD, estudo sobre a contínua evolução no setor do mercado de vizinhança. De acordo com os 400 varejistas entrevistados, a perspectiva para o ano de 2018 é muito positiva, cerca de 64% dos varejistas acreditam que o desempenho do setor em 2018 será melhor ou muito melhor do que foi em 2017.
A cesta de produtos pesquisada pela GfK desde 2011, que inclui 35 categorias básicas de compra regular dos brasileiros, mostra que pela primeira vez em 2018, os preços estão mais competitivos nos mercados de vizinhança do que nos Hiper e Supermercado. Segundo Marco Aurélio Lima, diretor de atendimento da GfK, embora o mercado de vizinhança não tenha conquistado novos clientes em 2017, houve um incremento de 6% em volume de compras dos atuais clientes. O executivo ressalta que são considerados mercados de vizinhança, aqueles varejistas que possuem até 4 check outs.
Esse fato é comprovado pelo diretor do Grupo SP, Flávio Costa, que atua como distribuidor há mais de 15 anos no estado de São Paulo. Segundo ele, isso está acontecendo porque o custo operacional dos grandes supermercados e redes de autosserviço é alto, e as margens de preço das indústrias diminuíram em virtude da retração do poder de compra do consumidor brasileiro.” Há uns dois anos, as indústrias estavam com estoque alto e podiam dar descontos de até 25% para esses players que repassavam ao consumidor, hoje não está se conseguindo mais. Acredito, que esse número tenha caído para 10 % a 15%, no máximo. Os pequenos varejos já trabalham com custo baixo e muitos até na informalidade, assim conseguem manter seus preços”, acrescenta Costa. Ele ainda lembra que o consumidor “enxerga” que os preços estão mais similares em todos os canais de seis meses para cá e que não compensa sair do seu trajeto e das imediações onde vive ou trabalha para fazer as suas compras.
“Tem outro dado que vem se destacando em nossas pesquisas com os nossos clientes varejistas que é a briga por oferecer somente produtos da Curva A, se esquecendo dos demais, das Curvas B e C, são esses dois últimos que podem garantir maior rentabilidade aos pequenos varejistas e também a nós, os distribuidores. Logicamente que é muito mais difícil comercializar esses produtos, mas acredito que esteja aí a rentabilidade necessária para a operação. O mix precisa ser trabalhado de maneira correta para garantir a sobrevivência do negócio, do distribuidor e do seu cliente, o varejo de vizinhança”, observa.
Fonte: Newtrade