Mais funcionalidade nos apps e e-commerce renovado foram algumas estratégias de marcas como McDonald’s e Vapza para avançar no varejo digital
Por Isadora Rupp
Quem não tinha o hábito de comprar on-line, pedir comida por delivery e resolver tarefas como o supermercado por um aplicativo de comida certamente incorporou algum deles na pandemia de coronavírus, ainda em curso no Brasil. Se por um lado negócios tradicionais como os restaurantes, cujo foco estava no atendimento no salão, vem sofrendo, grandes players do ramo de alimentação tiveram um crescimento astronômico nas vendas pela internet. Com isso, precisaram investir neste ambiente de compras para atender ao público com qualidade.
Uma dessas marcas é a Vapza, empresa que produz alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor. Em 2020, a venda dos produtos no e-commerce próprio cresceu 47% em relação a 2019. “Chegamos a um patamar em 2020 que levaríamos ao menos cinco anos para conseguir”, diz o CEO Enrico Milani. A empresa tinha um canal de vendas on-line próprio funcionando há três anos, com os 48 produtos do portfólio disponíveis, para atender lugares onde a Vapza não chegava fisicamente.
O boom de vendas no ano passado levou a empresa a investir mais no e-commerce: a Vapza trocou de plataforma, reestruturou a área de marketing e contratou uma agência focada em venda digital. Parcerias com foodtechs como Rappi e Ifood foram outros meios para alcançar um público mais amplo, além de campanhas com influencers em redes sociais.
A principal aposta da Vapza agora é com a entrada em grandes marketplaces, como Magalu, Americanas e Amazon. “Agora elas abriram o olho para o setor de alimentos, que ainda era muito incipiente”, nota Milani. Além de continuar crescendo – no primeiro trimestre de 2021 o aumento foi de 20% – o grande trunfo para a Vapza foi o de conseguir apresentar melhor o conceito do produto, o que era uma dificuldade até então, de acordo com o CEO. “É um produto pronto que necessita do toque final, mas é totalmente sem aditivos e conservantes. É comida de verdade. As pessoas sabem que estão consumindo um produto seguro”.
Os “3Ds”
Maior franquia independente do McDonald’s em todo o mundo, a Arcos Dorados, que opera os restaurantes da gigante na América Larina e no Caribe, investiu no que o CMO da rede no Brasil, João Branco, chama de “3Ds”: Drive-Thru, Delivery e Digital.
“É um grande diferencial estratégico, que deve alcançar ainda mais essa fatia de mercado, que prefere menos contato e se adaptou às refeições fora de restaurantes. Os três segmentos se mostraram fundamentais para seguirmos operando com eficiência”, fala. Em 2020, na América Latina, as vendas pelos segmentos McDelivery e Drive-Thru cresceram 150% e 40%, respectivamente.
Para atender a demanda, Branco conta que foram criados canais de contato, serviços e estratégias específicas para que os clientes percebessem as diversas opções de compra, além do balcão. Um deles foi o “Méqui Zap”, com acesso a cupons de desconto exclusivos nos pedidos para viagem. “Também lançamos produtos para matar a saudade do nosso público, como a Méqui Box, a Casquinha em Casa e a venda dos molhos de Big Mac e Cheddar”. A rede investiu ainda em campanhas para incentivar a compra pelas plataformas, como a Drive Thru Week e a McDelivery Week.
Outro lançamento de 2020 foi o “Méqui sem Fila”, uma funcionalidade dentro do aplicativo do McDonald’s que permite ao cliente fazer a compra e o pagamento pelo celular, retirando o pedido no balcão de forma rápida e prática. “Por meio de geolocalização, o consumidor ativa o preparo do produto ao se aproximar do restaurante escolhido, e o app libera a função começar a preparar. Ao ser acionada pelo usuário, o pedido será direcionado à cozinha do restaurante. Dessa forma, a iniciativa minimiza contato entre clientes e funcionários, incentiva o pagamento eletrônico e agiliza ainda mais o atendimento”, explica Branco. Atualmente, a função está disponível em cerca de 499 McDonald’s em todo Brasil.
Segundo João Branco, não é possível prever em quanto tempo o McDonald’s teria alcançado um resultado tão positivo de vendas sem a mudança rápida de hábitos de consumo. Mas a franquia acredita que o método de compra e consumo fora dos restaurantes é algo que veio para ficar. “Por isso, pretendemos continuar apostando em inovação e tecnologia para melhorar ainda mais os canais digitais e remotos” , frisa.
Fonte: Gazeta do Povo