A rede de varejo GPA vai focar esforços de expansão em sua bandeira de atacarejo Assaí neste ano, ampliando a presença da marca em pelo menos cinco novas capitais e priorizando as regiões Norte e Nordeste do país, afirmaram executivos da companhia nesta quinta-feira (25/02).
A companhia planeja para 2016 abertura de lojas Assaí iguais ou maiores que as 11 inaugurações ocorridas no ano passado. O investimento total do GPA é previsto em R$ 1,5 bilhão para este ano, queda ante os 2 bilhões desembolsados em 2015.
O presidente-executivo da companhia, Ronaldo Iabrudi, afirmou durante teleconferência com analistas do setor que vai “pilotar os investimentos mês a mês, trimestre a trimestre”, dependendo de indicadores como rentabilidade da companhia, que prevê manter agressividade de preços este ano. Ele comentou ainda que a empresa vai priorizar também os formatos de lojas Minuto, além de conversão de lojas.
Segundo Iabrudi, o segmento de atacarejo tem “uma oportunidade muito grande no Norte e Nordeste (…) O segmento tem mais facilidade (de expansão) nestas regiões que no Sul e Sudeste porque mais da metade da clientela é pessoa jurídica e porque a estrutura logística não é tão boa”, disse o executivo.
A companhia teve prejuízo de R$ 415 milhões no quarto trimestre, revertendo resultado positivo de 673 milhões obtido um ano antes. A receita líquida ficou praticamente estável, a R$ 19,7 bilhões no período. As ações do GPA recuavam 0,6% às 12h38, em linha com a queda do Ibovespa.
Para analistas do Credit Suisse, o GPA divulgou resultado abaixo do esperado como um todo, apesar dos esforços de redução de custos para minimizar os efeitos de receitas fracas. Os analistas, porém, reconhecem que “uma posição financeira sólida da companhia vai permitir que ela navegue pelo ambiente macroeconômico mais desafiador e eventualmente capture fatia de mercado”.
O presidente do GPA comentou durante a teleconferência que a companhia espera ganhar participação de mercado na bandeira Assaí em termos de vendas mesmas lojas, abertas há pelo menos um ano e que espera que a empresa recupere fatia de mercado perdida na bandeira de hipermercados Extra.
Indústria
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) acredita que os impactos da crise econômica sobre a produção industrial afetam a capacidade da companhia de varejo de manter a disponibilidade de produtos nas gôndolas. Em teleconferência com analistas e investidores, o vice-presidente de Finanças do grupo, Christophe Hidalgo, afirmou, porém, que a companhia enxerga uma tendência de melhoria nessas rupturas.”A ruptura é uma preocupação grande porque a indústria sofreu impactos em 2015 e a redução da capacidade produtiva não ajuda o varejo a manter o nível”, comentou.
“Entendemos que terminamos 2015 com um nível de ruptura elevado, mas ainda assim historicamente mais baixo do que o observado no passado”, acrescentou.O executivo afirmou que, em alguns casos, o esforço de combater a ruptura tem significado aumento de estoques. Por outro lado, o executivo negou que a companhia esteja desequilibrando negociações com fornecedores por maiores prazos de pagamento.
A companhia obteve melhorias no capital de giro, mas houve um efeito associado a um programa de alongamento de prazo e crédito a fornecedores da Via Varejo, de eletroeletrônicos. No negócio de varejo alimentar, Hidalgo afirmou que a companhia não observou impacto relevante nos prazos de fornecedores em nenhuma categoria de produtos.