Os hábitos dos clientes mudaram em virtude da pandemia e do novo coronavírus. Nos últimos meses, as compras on-line se tornaram prioridade na rotina dos brasileiros. Afinal, foi registrado um aumento no consumo dessa modalidade em 61% e esse comportamento deve se manter após o fim da crise sanitária. Os dados são da pesquisa da SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo. Quem se adapta, se sai bem Segundo a especialista em marketing e comportamento de consumo, Carmela Sala, na quarentena, as aquisições das pessoas passaram a ser mais planejadas e o empresário mais criativo está se saindo melhor nesse contexto. Portanto, quem se reinventou, aderiu o delivery e ofertou vantagens para seus fregueses, como redução de preços, promoções e formas de pagamento facilitadas, por exemplo, está conseguindo manter bom relacionamento e receita no final do mês. Mudanças inevitáveis Para criar essa relação de segurança, os meios digitais são imprescindíveis e ganham relevância ainda maior no contexto atual. “É uma situação excepcional e a maior parte das pessoas foram atiradas para o mundo cibernético e esse passa a ser o principal canal de convívio com a realidade”, analisa. Ainda de acordo com a especialista, considerando o Brasil a segunda nação mais viciada em Internet do mundo, não é difícil entender porque o consumo digital cresceu e deve se manter na linha de frente. Estudos comprovam nossa relação próxima com a web Uma pesquisa realizada pelo Hootsuite em parceria com a empresa We Are Social, mostra como gastamos em média, 6 horas e 42 minutos on-line por dia. Metade desse tempo é gasto apenas em dispositivos móveis. Fazendo um cálculo de longo prazo, isso equivale a mais de cem dias conectado todos os anos para cada usuário da web no planeta e isso representa pouco mais de 27% de nossas vidas. Um exemplo real Matheus Soares é um exemplo de quem aumentou ainda mais sua participação no universo virtual. Estagiando remotamente, ele conta como a quarentena o influenciou a passar mais horas navegando. “Como a gente ficou muito tempo sem poder sair de casa, acabei usando ainda mais o celular para poder distrair, falar com os amigos e etc.”, compartilha. Isso também impactou sua maneira de obter insumos. “Nunca tinha feito compra de roupas on-line, por exemplo”, conta ele, ao dizer como esse hábito mudou e ele se abriu a novas possibilidades. Desde quando a pandemia começou, as necessidades de consumo não desapareceram, ao contrário, em alguns segmentos até aumentaram. Agora, é importante os empreendedores ficarem atentos, pois os hábitos da sociedade vão variar de acordo com as etapas da doença e flexibilização do comércio. Tempo de crise é para reinventar os planos de negócio.