O motivo para a decisão, em 84% dos casos, é o prejuízo acumulado diante do aumento de custos e da queda no faturamento
A contenção de gastos dos brasileiros fez encolher o movimento em bares e restaurantes e está levando empresários a considerar a possibilidade de fechar as portas. Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mostra que um a cada seis empresários avalia dar fim ao negócio ou repassar o ponto nos próximos meses. São 150 mil pontos em todo o País que correm o risco de não resistirem à crise.
O motivo para a decisão, em 84% dos casos, é o prejuízo acumulado diante do aumento de custos e da queda no faturamento. “São números assustadores, com reflexos dramáticos. Isso vai impactar a economia e pode gerar mais demissões”, diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Jr. A vontade de trocar de ramo ou de arrumar um emprego também são motivações citadas.
Em 2015, esses estabelecimentos acabaram sofrendo um baque nas contas. A tarifa de energia elétrica, uma despesa básica, subiu mais de 50%. Taxa de água e esgoto e alimentos também ficaram mais caros. Houve ainda, no início do ano, o reajuste de 11,68% no salário mínimo, para R$ 880, remuneração base para muitos trabalhadores do ramo.
“Conta de energia não fecha loja, mas, quando soma tudo e ainda tem perspectiva de retorno pequeno, complica. Boa parte dos empresários não está com fôlego para esperar a crise passar”, diz o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “A perversidade não é o tamanho do tombo, mas sim a duração da crise.”