Em 2016, Brasil registrou 134 marcas brasileiras presentes em 60 países; EUA tem 37 delas
Buscar receitas em moeda forte é uma das estratégias utilizadas por empresas de diferentes setores que precisam reforçar o caixa e têm o objetivo de internacionalizar os negócios. As franquias já apresentavam a tendência já há algum tempo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em 2014, 106 marcas brasileiras atuavam em 53 países. Já o ano passado fechou com 134 marcas de franquias brasileiras presentes em 60 países. Esse movimento, porém, não é simples e nem tem o poder de resolver todos os problemas da franqueadora. Para a sócia-fundadora e diretora-geral do Grupo Bittencourt, Claudia Bittencourt, um processo mal conduzido pode causar prejuízos financeiros e arranhar seriamente a marca em mercados promissores.
“A internacionalização permite encontrar mercados de moeda mais forte, porém, é preciso identificar um parceiro local e uma consultoria capaz de fazer um estudo profundo do mercado. Não basta um sócio capitalizado. É preciso entender sobre a aceitação do produto ou serviço, sobre legislação e regime tributário do destino, estudar muito bem a logística de entrega ou de fabricação do produto, entre outros fatores”, alerta Claudia Bittencourt.
O mercado com mais procura ainda é os Estados Unidos, com 37 marcas, seguido do Paraguai, com 25, e, por último, Portugal com 21 redes. Os critérios utilizados na maioria dos casos são: proximidade geográfica, afinidade com a língua portuguesa e tamanho do mercado.
“Temos orientado muitas empresas e a primeira questão é evitar a vaidade. Para avançar para a internacionalização ela precisa estar operando bem no Brasil. O País é muito grande e não vale a pena começar uma operação fora se aqui ainda existir espaços para serem explorados. É também importante ter um plano de contingência para situações adversas”, aponta a especialista.
Na caixa
A marca de comida em caixinha Brasileirinho Delivery está pronta para começar o processo de internacionalização. Segundo o diretor de expansão da rede, Everton Didone, as negociações com um empresário brasileiro radicado no estado da Flórida, nos Estados Unidos, estão em fase final. “É um processo complexo. Buscamos parceiros que tenham interesse em ser um máster franqueado, desenvolver a marca naquele país.
Escolhemos os Estados Unidos por ser um país multicultural e com muitos turistas o ano todo. Podemos fazer a divulgação da marca para outros lugares através dele. Nosso interesse é não nos prendermos à colônia brasileira”, explica Didone.
Outra que já tirou o passaporte e está escolhendo um destino na América do Sul é a marca de roupas Tip Top. De acordo com o gerente de expansão da Tip Top, Ricardo Marcondes, essa foi uma decisão difícil, que levou em conta quesitos como posicionamento da marca e conquista de território. Existem conversas em aberto com interessados na Argentina, Uruguai e Bolívia. As questões da logística de entrega e de escolher um lugar que estivesse no mesmo hemisfério, evitando a necessidade de trabalhar com mais de uma coleção ao mesmo tempo, foram avaliadas.<br><br>“Foi um caminho longo. Viramos franquia em 2008, já temos 107 lojas espalhadas pelo Brasil e só agora nos sentimos estruturados para isso. Já tivemos a experiência de exportar para algumas praças e deixamos uma boa imagem da nossa marca. Agora, acreditamos que é hora de ter uma presença física através de um franqueado que deve começar a operar ainda em 2016”, afirma Marcondes.