Por Adriana Mattos
A rede de farmácias Pague Menos disse na manhã desta terça-feira, em teleconferência com analistas, que o ambiente de negócios neste começo de 2021 no setor continua parecido com o do ano passado, quando a receita líquida da empresa somou R$ 6,85 bilhões, alta de 6,8%. A empresa divulgou na última segunda-feira os dados do quarto trimestre de 2020, com lucro líquido de R$ 37,5 milhões, mais que o dobro do montante de R$ 15 milhões no ano anterior.
Luiz Novais, vice-presidente financeiro, afirmou que a empresa deve “entregar neste ano as premissas de expansão mencionadas nos roadshows” com investidores, em 2020, e que o grupo planeja retomar um ritmo mais acelerado de novas aberturas. Mas a companhia preferiu não mencionar projeções de aberturas de farmácias em 2021. A rede tem 1.105 pontos.
O vice-presidente de operações, Rafael Vasquez, mencionou que a empresa tem 60 pontos aprovados para abertura, sem citar data prevista para inaugurações, que dependem de questões burocráticas. Cerca de 85% desses pontos estão no Norte e Nordeste, foco da expansão do grupo no curto prazo.
Nessas duas regiões, a empresa perdeu participação de mercado em 2020 e no quarto trimestre, e a companhia foi questionada sobre isso por analista hoje.
A participação da rede nas vendas nas duas regiões em 2020 caiu de 11,1% para 9,9% e, no trimestre, de 20,5% para 19,3%. “Tivemos fechamento de lojas que afetaram o ‘share’”, afirmou Novais.
Sobre estoques e margem bruta, a companhia voltou a mencionar o processo de redução de produtos estocados, e que uma melhora nesse indicador teve impacto positivo na sua margem bruta no trimestre. Mesmo assim, a margem bruta da rede caiu no período de 31,5% de outubro a dezembro de 2019 para 29,4% um ano depois.
O recuo de margem na comparação é decorrência, principalmente, de mudança no mix de vendas e o ajuste a valor presente (efeito não-caixa). No fim de 2019, a empresa teve perdas de R$ 23 milhões nos estoques em decorrência da incineração de produtos com data de validade expirada, com efeito sobre rentabilidade.
Já na comparação com o terceiro trimestre, a margem subiu, passando de 28,6% para 29,4%. Esse incremento deve-se, por exemplo, à mudanças na forma de definir preços e melhoria no indicador de perdas com estoques.
Sobre o digital, a empresa disse que as vendas no on-line atingiram recorde de R$ 102 milhões no quarto trimestre. No período, as vendas dos canais digitais cresceram 159%, representando 5,2% da venda total, alta de 2,9 pontos em relação ao mesmo período de 2019.
A rede ainda informou que continua a registar menos atendimentos, por causa da pandemia, que leva consumidores a saírem menos de suas casas, mas com tíquete médio maior.
Fonte: Valor Econômico