A empresa espera que o Cade conclua no segundo trimestre sua avaliação acerca da proposta de aquisição da Extrafarma
Por Cristian Favaro
O diretor financeiro da Pague Menos, Luiz Novais, disse que a empresa mantém a meta de inaugurar 120 lojas neste ano. No ano passado, a empresa inaugurou 80 lojas.
“Estamos otimistas com o ‘market share’. As lojas estão ‘performando’ com patamar acima da inflação de medicamentos. Estamos otimistas com os próximos períodos”, disse, durante teleconferência para apresentar os resultados do quarto trimestre.
Segundo o presidente da Pague Menos, Mário Henrique Alves de Queirós, depois dos desafios da pandemia, que fez despencar o número de aberturas em 2020, o grupo conseguiu normalizar o ritmo de abertura de lojas.
“Ramp-up dessas novas lojas virá a partir do sexto mês. Com isso, acreditamos que voltaremos a ganhar market share”, disse.
Novais destacou também que a expectativa da empresa é que neste ano a geração de caixa operacional será suficiente para fazer frente à inauguração de lojas, desta forma preservando a alavancagem da empresa — hoje na casa de 1,3 vez a dívida líquida sobre o Ebitda.
Extrafarma
Alves de Queirós disse esperar que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) conclua no segundo trimestre sua avaliação acerca da proposta de aquisição da Extrafarma. O mercado tomou conhecimento do negócio em maio do ano passado.
“A Decisão do Cade deve ocorrer no segundo trimestre de 2022. Há pequena possibilidade de ir para o terceiro. Sabemos o potencial do negócio que adquirimos”, disse.
Questionado por analistas, o executivo disse não esperar remédios por parte do Cade para que o negócio seja aprovado. A Drogaria São Paulo entrou como terceira interessada no caso junto ao Cade, o que abriu margem para analistas esperarem algum tipo de confronto.
“O mercado é bastante pulverizado. São 80 mil farmácias. O Cade olha com muita minúcia, a nível de bairro, mas estamos com argumentos sólidos. Caso venha a ter algum remédio, não deve ser significativo ao ponto de ter risco de não ter transação”, disse o executivo.
“A Drogaria São Paulo se pronunciando como terceira parte interessada não muda nossa expectativa de sucesso com a transação”, acrescentou.
Margem bruta
Alves de Queirós disse esperar uma manutenção da margem bruta do grupo neste ano. “Temos umas das maiores margens brutas do setor. A gente tem ainda muita oportunidade de crescimento da margem bruta. Mas estamos dispostos a investir em aquisição de novos clientes com parte desse ganho na rentabilidade da companhia”, disse o executivo. No fechamento do ano passado, a margem bruta da empresa foi de 30%, alta de 1 ponto percentual.
Jorge Jubilato, diretor vice-presidente de gente, jurídico e administrativo da Pague Menos, disse que o grupo tem se esforçado para reduzir despesas e renegociar contratos.
“Foco é rever a questão de negociação de contrato de locação para 2022. Estamos com apoio externo nas argumentações para ter negociações ainda melhores do que temos feito. Quando falamos de despesa de pessoal, o IPCA está acima de 10% e isso influencia nossa folha de pagamento”, disse, destacando que o cenário também vale para os concorrentes.
Do lado da Pague Menos, o grupo tem adotado medidas para aumentar a produtividade dos funcionários. ”Queremos ter a quantidade certa de pessoas para a quantidade certa de clientes”, disse.
Fonte: Valor Econômico