O destaque positivo nas vendas foram as categorias de genéricos e OTC (sigla em inglês para medicamentos isentos de prescrição)
Por Raquel Brandão
A rede de varejo farmacêutico Pague Menos espera voltar a ganhar participação de mercado conforme intensifique a abertura de lojas e essas inaugurações comecem a amadurecer, disse o presidente do grupo, Mario Queiros, em teleconferência de resultados.
No segundo trimestre, a rede original do Ceará viu suas vendas em mesmas lojas em ritmo mais fraco no Norte e Nordeste, onde está sua maior parte das lojas, enquanto as vendas em lojas do Sudeste e Sul tiveram melhor desempenho. De acordo com a empresa, a principal razão para isso foi a questão climática.
No Sudeste, especialmente em São Paulo, as vendas foram impulsionadas por uma nova onda de covid-19 bem como pelo início do inverno e temperaturas mais baixas, com mais venda de produtos relacionados a problemas respiratórios, explicou o diretor financeiro Luiz Novais. No período, o destaque positivo nas vendas foram as categorias de genéricos e OTC (sigla em inglês para medicamentos isentos de prescrição). “São duas categorias que crescem bastante e favorecem o crescimento de margem bruta. Genérico diminui tíquete médio, mas ajuda muito margem bruta.”
A analista de varejo da XP Investimentos, Danniela Eiger, questionou os executivos sobre o impacto da participação de mercado, especialmente na região Nordeste, já que outras redes anunciaram crescimento maior nas vendas por lá.
“Sobre o ‘market share’ é uma questão de retomada de crescimento de novas lojas. O período médio dessas lojas é de três a quatro meses. Elas ainda contribuem pouco para nosso crescimento. Quando vamos ver nosso ‘market share’ neutralizando ou voltando a ganhar mercado? Quando nosso ritmo de abertura de lojas estiver em linha ou acima do restante do mercado, que está crescendo com novas lojas”, respondeu Queiros.
“Estamos super otimistas e evoluindo bem no nosso ciclo de expansão, mas ainda temos uma contribuição menor de novas lojas do que o mercado como um todo”, observou também o diretor financeiro.
Queiros acrescentou que os negócios da Pague Menos foram afetados no trimestre por questões de rupturas, o que até motivou maior formação de estoques. Segundo ele, a indústria teve impactos a partir do quarto trimestre de 2021 com a onda de ômicron e isso gerou rupturas que se estenderam até o segundo trimestre, período em que a empresa também teve gargalos logísticos por problemas em seu centro de distribuição do Ceará, que abastece grande parte de seus mercados no Nordeste. “Não devemos ter mais questão de ruptura atrapalhando as nossas vendas no terceiro trimestre”, afirmou.
O executivo reiterou a projeção de abertura de 120 lojas no ano, afirmando que a aquisição da Extrafarma não muda os planos de crescimento orgânico do grupo.
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Fonte: Valor Econômico