A rede de varejo farmacêutico Pague Menos se mantém com foco no crescimento operacional, disse o presidente da companhia, Mario Queiros, em apresentação promovida pelo Itaú BBA, ontem.
Sobre uma potencial aquisição da rede Extrafarma, do grupo Ultra, Queiros afirmou que a operação foi ofertada algumas vezes, mas que a sobreposição da Extrafarma com a Pague Menos é bastante grande, o que torna o negócio menos atrativo e mais difícil de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Entre os pontos positivos observados está a dominância no Pará e no Maranhão, Estados que integram as regiões prioritárias na estratégia de crescimento da Pague Menos. No entanto, Queiros, destaca que a incorporação de uma operação como essa é demorada.
“Há risco de dois grandes players abocanharem essa operação, que está em 14 Estados, mas a digestão é demorada. Quem fizer esse movimento vai gastar um bom tempo para arrumação da casa”, afirmou o executivo, ao ser questionado sobre a eventual aquisição da Extrafarma por concorrentes com operação atualmente mais concentrada no Sul e Sudeste, como a Raia Drogasil.
“O grupo Ultra tem profissionais ótimos e em cinco ou seis anos não conseguiram virar o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] dela”, disse Queiros. Ele se refere ao fato de que até 2019 a empresa só teve prejuízo.
Embora tenha afastado a possibilidade de compra da Extrafarma, o presidente da Pague Menos disse acreditar que vá acontecer uma consolidação do setor. Atualmente, pequenas e médias farmácias respondem por metade do mercado. Só não é possível determinar se esse movimento se dará por fusões e aquisições ou pelo crescimento dos maiores grupos, disse.
Uma das apostas de crescimento da rede são os serviços de atendimento de saúde. Hoje, são mais de 30 protocolos, como aplicação de vacinas e acompanhamento de diabetes. Segundo a companhia, o cliente da Clinic Farma tem um gasto médio superior ao dobro do cliente comum.
Fonte: Valor Econômico