O uso de cédulas e moedas como meio de pagamento é um desses movimentos irreversíveis das relações em sociedade. Mas há outro em discussão no setor financeiro: a “desconstrução do plástico”.
Esse foi um dos temas do painel “Indústrias de meio de pagamento, suas complexidade e desafios”, dentro do Ciab Febraban – Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, que acontece nesta semana, em São Paulo.
Segundo Fernando Telles, country manager da Visa no Brasil, o fim do cartão no futuro deve abrir espaço para uma ideia chamada “credencial de pagamento”. Em linhas gerais, isso significa dizer que o pagamento não será uma ação dependente de um cartão ou informações presentes em chips ou tarjas magnéticas.
Objetos terão uma autorização prévia de um ser humano para efetuar um pagamento agendado ou pré-determinado. Em outras palavras, ele possuirá uma credencial para a efetivação de tal ação.
Desconstrução
A desconstrução do plástico é um processo irreversível por diversos motivos. A próxima geração não saberá o que é cartão. No futuro, falaremos de credencial e isso significa dizer que as coisas dentro da ideia de IoT terão essa permissão”, afirma Telles.
Mas é claro que esse cenário é futuro. Cartões terão longa vida e ainda veremos muitas histórias de penetrações do plástico onde quem dita as regras é a cédula.
Fernando Chacon, CEO da Rede e CMO do Itaú Unibanco, defendeu o fim do dinheiro em papel por vários motivos. Um deles é o seu uso sem rastro para fins escusos, como as recorrentes histórias de caixa 2, dinheiro em mala e até cédulas guardadas em roupas íntimas. Por outro lado, o dinheiro registrado tem origem e destino. É um valor com todos os rastros conhecidos por um banco.
“Além disso, a transação digital cria um cenário de formalização da economia. Hoje, até camelô tem máquina para pagamento com o cartão. É isso o que todos querem”, afirma Chacon.
Chacon ainda citou países que começam a diminuir a quantidade de cédulas em circulação, como é o caso da Austrália. Países europeus também começam a seguir nessa direção, caso da Suécia. O Brasil felizmente também está na mesma trilha. E a economia agradece.
Fonte: Novarejo