Por Wagner Aguado, diretor do Comitê do Novo Mercado Financeiro da SBVC
O Open Banking é o sistema que permitirá a conexão entre as instituições participantes para a troca de informações financeiras. Tudo se dará por meio de APIs padronizadas, permitindo ao consumidor (pessoa física ou pessoa jurídica) disponibilizar seus dados bancários para outras instituições. Espera-se, com isso, o aumento da oferta de produtos bancários/financeiros e, como consequência, a redução da concentração bancária e uma maior concorrência no setor.
O Open Banking moderniza o sistema financeiro brasileiro, fomenta a educação financeira e acelera a transformação digital do setor bancário. Como já mencionado em artigo anterior aqui da SBVC, o Open Banking será implementado em quatro fases:
Primeira Fase:
Iniciada no dia 1º deste mês, prevê que as instituições participantes devem entregar informações sobre seus canais de atendimento, como endereços das agências, canais digitais e telefônicos. Além disso, também serão compartilhados os produtos e serviços oferecidos pelas instituições, tais como os tipos de contas, empréstimos e outros produtos que cada instituição oferece ao seu consumidor.
É possível considerar que, já nesta primeira fase, haja oportunidades de negócios com soluções digitais que comparem os produtos e serviços de cada instituição participante, ou uma plataforma que possa trazer os endereços de todas as agências bancárias perto de sua casa ou escritório, e até mesmo os telefones de cada local. Pode parecer pouco, mas começa-se com isso a organizar, padronizar e disponibilizar informações que até então não estavam disponíveis de maneira amigável e centralizada.
Segunda Fase:
Prevista para 15 de julho, nesta fase as instituições poderão compartilhar dados de cadastros e transações – sempre com autorização do cliente, é claro. Essas trocas de dados se darão amparadas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), bem como pelas normas de sigilo bancário.
O cliente é o dono de seus dados e, para dar acesso a qualquer instituição participante, deverá consentir autorização expressa para quem, quando e o que será compartilhado.
Nesta fase poderão ser compartilhadas informações cadastrais e dados de movimentações financeiras, como informações da conta corrente e operações de crédito. Nesta etapa se iniciará a interação direta do sistema de Open Banking com o consumidor brasileiro.
Terceira Fase:
Nesta fase, prevista para 30 de agosto, o cliente poderá pagar contas, fazer transferências bancárias fora do ambiente de sua instituição (aplicativo do banco ou internet banking), usando, por exemplo, um aplicativo intermediário disponibilizado por uma fintech ou um varejista participante.
Quarta Fase:
Esta fase irá tratar do compartilhamento dos demais dados financeiros do cliente, como informações de investimentos, seguros e câmbio, entre outras. Com isso, teremos a consolidação do Open Banking, prevista para 15 de dezembro deste ano.
É certo que o Open Banking revolucionará o sistema financeiro brasileiro, como já vem acontecendo em outros mercados ao redor do mundo. Mas nada para assustar: pelo contrário, momentos como este trazem importantes oportunidades de negócios para novos players, bem como para os players atuais. Basta estar aberto para inovar e saber quebrar paradigmas com rapidez e total desprendimento.