O e-commerce já se tornou uma realidade no Brasil. O faturamento das lojas virtuais do país atingiu R$ 44,4 bilhões em 2016, número 7,4% maior que o obtido em 2016, de acordo com o relatório Webshoppers, publicado pela Ebit em parceria com o Buscapé. No entanto, nem todas as empresas estão na internet.
Na opinião do empreendedor paranaense Tiago Dalvi, de 31 anos, uma das barreiras que impedem que o empreendedor brasileiro venda seus produtos na internet é a falta de compreensão sobre como o setor funciona. “A maioria das pessoas não sabem o que é preciso para ter essa presença digital”, diz.
Frente a essa situação, Dalvi percebeu uma oportunidade de negócio: e se ele conectasse empreendedores interessados a vender seus produtos na web a grandes e-commerces dispostos a ceder espaço para esses pequenos empresários ao custo de uma comissão? Foi o que o paranaense fez ao criar, há dois anos, a Olist.
A Olist é derivada da primeira empresa de Dalvi, a Solidarium. Nascida em 2007, a empresa tinha foco em empreendedores do artesanato, conectando-os, em um primeiro momento, a grandes varejistas offline, e depois também no e-commerce.
Quando a antiga Solidarium foi aprovada para um processo de capacitação da 500 Startups, uma das aceleradoras mais importantes do planeta. Nesta mesma época, segundo Dalvi, a ‘ficha caiu’. “Nós percebemos que poderíamos atingir muito mais gente se ampliássemos nosso foco de atuação”, afirma ele, que decidiu pivotar, reestruturar o negócio. Nascia, em fevereiro de 2015, a Olist.
O serviço da startup funciona assim: os pequenos lojistas (que são clientes da Olist) automaticamente expõem seus produtos nos grandes e-commerces parceiros – atualmente, são eles o Mercado Livre, o Walmart, a B2W (dona das plataformas das Lojas Americanas, Shoptime e Submarino) e a Via Varejo (que comanda os sites das Casas Bahia, Extra e Ponto Frio).
Além disso, o Olist oferece um sistema de gerenciamento de pedidos e repassa o pagamento pelos produtos aos empreendedores.
Neste momento, a startup conecta 2,1 mil pequenos lojistas aos grandes e-commerces. Segundo Dalvi, a Olist é bastante criteriosa em relação à escolha desses empreendedores. “Queremos ter bons lojistas e trabalhar com gente séria, que esteja dentro da lei, que tenha produtos de qualidade e entrega no prazo. Só aceitamos quem se enquadra nesses critérios”, afirma o paranaense.
Segundo ele, a Olist avalia hoje dezenas de milhares de solicitações de pequenos empreendedores e que tem a meta de fechar 2017 com 4 mil parceiros.
Não é necessário ter uma loja virtual para firmar uma parceria com o Olist. Basta ter produtos e o interesse de exibi-los na internet.
Em contrapartida, a Olist cobra um valor de assinatura. Os preços variam entre R$ 299 por trimestre e R$ 1075 por ano. “Até tivemos planos mensais no começo, mas como queremos estabelecer uma relação no longo prazo com os empreendedores, decidimos estabelecer planos mais longos”, diz Dalvi. A startup também fica com 20% do valor da venda dos produtos.
Para 2017, a Olist espera movimentar R$ 100 milhões de reais em compras. A startup não revela o valor exato movimentado no ano passado, mas diz que o montante foi aproximadamente seis vezes menor do que a meta para este ano. Números sobre o faturamento da Olist tampouco são revelados. “Queremos buscar uma rodada de investimento e abrir esses números pode nos atrapalhar a cumprir nossos objetivos”, afirma Dalvi.
Também com relação ao futuro, mas no médio prazo, a Olist pensa na internacionalização de seu modelo. “Pensamos em ir para outros países entre o fim de 2018 e o começo de 2019, mas queremos nos estruturar melhor no mercado brasileiro antes disso”, diz Dalvi.
Fonte: PEGN