Quando comprou a Movida, por R$ 65 milhões, no fim de 2013, a JSL (antiga Júlio Simões Logística) levou para casa uma empresa de locação de carros de médio porte, com faturamento de R$ 58 milhões, 26 lojas e 2,6 mil carros.
Dois anos depois, a Movida multiplicou sua receita líquida por 21, alcançando a cifra de R$ 1,2 bilhão no ano passado. A frota acompanhou a evolução do faturamento, chegando a 55 mil carros. O número de lojas, por sua vez, saltou para 196, sendo 162 delas voltadas para o aluguel de carros e 34 para a venda de carros seminovos.
Como a Movida conseguiu dar esse salto em tão pouco tempo? Em primeiro lugar, com um investimento bilionário de R$ 1,8 bilhão na expansão e na renovação de sua frota. Mas também com estratégias para sair do lugar comum do mercado de aluguel de carros.
A Movida apostou em carros coloridos, com mais conforto e de diversas marcas, incluindo modelos de luxo, blindados e vans. Além disso, incorporou tecnologia aos veículos. Todos os carros, sem exceção, tem entrada para iPhone e outros modelos de smartphone.
Outra aposta foi no Movida Wi-Fi, que dá sinal de internet para até cinco pessoas dentro carro, sem a necessidade de usar o sinal 3G do celular. O aplicativo da empresa funciona em todas as plataformas de smartphones. O cliente assina também toda a papelada na devolução de um carro em um tablet, o que reduz papeis e diminui o tempo de espera para entrega do veículo.
“Se não fosse a crise, estaríamos ainda melhor”, diz Renato Franklin, CEO da Movida, de apenas 35 anos, responsável pela implementação dessa estratégia. “Há ainda um espaço enorme para crescer.”
O avanço na receita fez a Movida pular para a segunda colocação no mercado brasileiro de locação de carros. Ela briga, cabeça a cabeça, com a Unida, que faturou R$ 1,1 bilhão no ano passado.
A mineira Localiza, que faturou R$ 3,9 bilhões, lidera com folga esse setor, que movimentou R$ 16,2 bilhões no ano passado, segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).
Trate-se ainda de um mercado muito fragmentado. Estima-se que existam quase 7,5 mil empresas de locação de veículos, com administram uma frota de 853 mil veículos. A imensa maioria são de modelos básicos, de carros equipados com motor 1.0.
Comparado a outros países, há ainda tem muito espaço para crescer. Nos Estados Unidos, a penetração de mercado do segmento de locação de veículos é 1,6%, três vezes maior do que a do Brasil.