Mesmo com a crise econômica de 2015, as franquias continuaram como uma boa opção de negócio para quem tem vontade de empreender. O número de unidades de franquias na Bahia cresceu 18,8% em 2015, quando comparado ao ano anterior. O crescimento baiano foi maior do que o nacional. No Brasil, 2015 gerou o aumento de 10,1% de unidades franqueadas. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Segundo Leonardo Lamartine, diretor regional da ABF no Nordeste, há pelo menos cinco anos a Bahia apresenta um crescimento acima da média nacional e brasileira. “Não há um fato específico relacionado ao mercado de franquias que explique. É próprio da economia do estado. Espera-se que em 2016 a tendência continue”, diz Lamartine.
A instabilidade econômica de 2015 não paralisou a franqueada do Kumon Maria Cecília Fonseca, que investiu em ampliação no ano passado e irá continuar a expansão da sua unidade na Ribeira. Após ampliar as instalações em mais uma sala e contratar uma funcionária, os esforços serão para a divulgação da unidade e captação de novos alunos.
Para ela, o apoio e o suporte da franquia durante o ano de 2015 foram essenciais para atravessar os períodos difíceis. “Para mim, a franquia vale a pena porque somos um grupo. A empresa está preocupada com todos os franqueados, temos o apoio da matriz e da filial de Salvador para nos ajudar nesse momento. Se tivesse sozinha, eu não sei como estaria lidando com a situação”, disse.
Além do suporte do franqueado, o modelo de negócios foi um dos fatores que levou o empresário Marcelo Jardim a investir em uma unidade da Omiexperience, franquia de software de gestão inaugurada este mês em Salvador. “Tanto para o franqueado quanto para o franqueador é um modelo seguro. A franquia possibilita para o franqueado um modelo de negócio pronto. Para a franqueadora, garante que o franqueado tenha uma energia maior”, afirma Jardim.
Apesar do maior número de franquias, o faturamento dos negócios caiu. As franquias faturaram mais de R$ 139 bilhões em 2015, uma variação nominal 8,3% maior em relação ao do ano anterior. Descontada a inflação, houve queda de 2,18% no faturamento. Para o diretor regional da ABF no Nordeste, os resultados foram considerados bons pela associação, comparado com os demais setores da economia.
“O contexto atual é de crise, com PIB (Produto Interno Bruto) negativo no Brasil. A franquia é um setor que tem sido bastante procurado, inclusive para quem está saindo de empregos, como uma forma de recuperar a renda”, diz Lamartine. Neste momento, Lamartine estimula as ampliações, mas alerta que a gestão dos custos das empresas deve ser feita de forma mais cuidadosa.
Áreas promissoras
Os setores de saúde, beleza e lazer são as apostas de crescimento para o diretor regional da ABF no Nordeste, Leonardo Lamartine. “O setor de beleza está sempre na ponta porque as pessoas não deixam de se cuidar e de usar produtos, principalmente o público feminino”.
Após bons resultados no ano passado, com a versão da franquia com uma unidade móvel, a franqueada da Miss Pink Salvador, Vânia Moraes, agora pensa em ampliar e dar o próximo passo com a abertura de uma loja em um shopping da cidade.