Pelo terceiro ano consecutivo, a Beauty Fair organiza uma delegação, com mais de 50 empresários do setor de beleza, para participar da NRF – Retail’s Big Show, o maior evento de varejo do mundo que acontece em Nova Iorque, além de visitas técnicas e reuniões especializadas. O projeto conta com a curadoria da BTR-Varese.
“Este é um projeto que busca valorizar ainda mais o varejo especializado de beleza, para que, de fato, seja percebido como um canal relevante para toda a indústria. Organizar um evento como este, reunindo os principais líderes de perfumaria do Brasil, contribui imensamente para o desenvolvimento do setor”, afirma Cesar Tsukuda, diretor superintendente da Beauty Fair.
Após a imersão feita por meio de palestras e visitas técnicas, o time da Beauty Fair e BTR-Varese destacaram os principais insights que poderão nortear o varejo de beleza nos próximos anos.
Globalização: um varejo global por uma nova perspectiva
A pesquisa da Deloitte, que lista os 250 maiores varejistas do Mundo, mostra que o Walmart continua em primeiro no ranking, mas aos poucos vai sendo alcançado por outras importantes empresas, como a Amazon. Outro ponto importante de se destacar é o share que a Europa vem perdendo para a Ásia, que aumentou em 5% em 2 anos. Ou seja, a Ásia vem avançando bastante no varejo e é preciso estar atento às inovações e movimentos para se manter competitivo. O crossbord, que é quando você compra de e-commerces de outros países para receber no Brasil, é um conceito e oportunidade para as marcas brasileiras avançarem em sua internacionalização.
Pagamento móvel e criptomoedas
Na China, o papel moeda quase sumiu e essa nova forma de pagamento tira o governo da história. O Bitcoin não é uma moeda transacional, mas traz uma discussão importante sobre o futuro da moeda no mundo. Na Ásia, o QR Code já tem sido uma forma de pagamento e na China, por exemplo, caixa eletrônico virou peça de museu, literalmente. Em resumo, é importante ficar atento a essas novas formas.
Bespoke retail
Esse termo foi apresentado por Eduardo Terra e Alberto Serrentino e indica um varejo sob medida. Um exemplo é o Uber, que faz uma alquimia de soluções para resolver um problema. Esse conceito de bespoke (sob medida, em tradução livre), estará presente nos canais (cliente compra do jeito que quiser), nos produtos (com tecnologia, como prateleiras infinitas, por exemplo), nos preços (omnicanalidade não inclui preços iguais), nos serviços (clientes diferentes desejam ser atendidos de forma diferente), ofertas (precisa saber no que o seu cliente tem interesse; não dá para enviar um tabloide com ofertas de carnes para quem é vegetariano, por exemplo), entregas (permitir que o consumidor opte pela forma que preferir: entrega em casa, compra online com retirada na loja física, etc).
Tecnologias emergentes
Nesse insight entram as questões de check outs com menos atrito, robôs para melhorar a experiência do cliente, realidade aumentada e virtual, identificação de produto usando RFID ou beacons. É preciso ter a solução para não perder venda.
Dados, Big Data, analytics, decisão e resultados
Só ter os dados e não usá-los não faz sentido. As empresas precisam captar as informações e utilizá-las para ter poder de decisão. Não adianta ter uma massa de dados robusta e não ter quem tome decisão sobre isso.
Amazon invade o varejo físico
A empresa desafia o varejo pela velocidade e capacidade de inovação. A Amazon Go, por exemplo, não é um supermercado; a Amazon Book não é uma livraria. A Amazon é uma empresa de dados e tecnologia que vende coisas, como Doug Stephens bem definiu.
O varejo físico entra na estratégia da Amazon por meio de parcerias com marcas, abrindo pop-ups stores para vender fisicamente.
Transformação digital e ecossistemas
As fronteiras do mundo digital começam a se fundir, tornando esse universo mais complexo.
O ecossistema do mundo digital significa combinar market place, e-commerce, pagamento, conteúdo e serviços para entregar tudo o que é necessário ao cliente.
O que é loja?
Loja é tudo: ponto de venda, de compra, de entrega, de logística e serviços.
A simplicidade precisa estar em tudo, mas também é necessário ter sofisticação para dar robustez, agilidade e facilidade. O ponto chave é não complicar.
O varejo precisa ser mais do que vendedor de mercadoria: tem que ser analítico, curador de oferta. A Nike é um bom exemplo, pois transforma o ponto de venda em um espaço de experiência, com elementos que te fazem querer voltar.
Liderança digital
Esse é um aspecto fundamental nos dias de hoje e significa ter habilidades, competências e fazer as transformações necessárias para a empresa avançar. É um desafio complexo pelo qual o varejo precisa passar. É preciso que os líderes sejam desafiados e também encontrem as pessoas certas para esse desafio, que estejam engajadas.
Fonte: E-Commerce News