Conhecidos como geração Now, os nascidos dentro da era digital começam a ganhar status de consumidor. Com um comportamento bastante diferente das gerações anteriores, eles dão cada vez mais atenção para a internet, têm menos tempo disponível e se mostram mais abertos para as diferenças individuais.
Para o varejo entender este novo consumidor – que em 2020 serão 25% da população mundial e 34 milhões aqui no Brasil – o caminho será longo, mas pensar em ações e novas culturas desde já podem facilitar a jornada.
“Como atingir consumidores que talvez nunca entrem em uma loja?”; “A geração Now é igual aos Milennials, mas mais tecnológicos?” e “Como comunicarmos em uma mídia cada vez mais fragmentada?” são algumas das perguntas que têm tirado o sono dos empresários que se preocupam em vender para este público.
Segundo um estudo da GfK, obtido com exclusividade pelo DCI, um dos pontos-chave para compreender este consumidor passa pela forma como eles entendem individualidade e diferenças.
Hiperconectados, eles se mostram cada vez mais sensíveis e empáticos com os diferentes gêneros, etnias e o orientações sexuais. “Com pais mais jovens e com outra percepção de vida, essa geração nasce em um mundo em que não há mais ‘brinquedo de menina’ ou ‘de menino’. E isso muda parte da construção de gênero que as gerações anteriores criaram”, resume a especialista em varejo, Roseana Gardoni.
Roseana, que é consultora de varejo e atuou com pesquisas para grandes indústrias, como Pepsico e Nestlé, explica que entender esse consumidor já está no radar das grandes empresas, que ensaiam formas de se aproximar deste público. “A Parada [do Orgulho LGBTI+] deste ano teve mais patrocinadores que nunca. Isso mostra que há uma preocupação das empresas nesse sentido”, conta.
Ainda que empáticos com marcas que apoiam minorias, os jovens também estão atentos. Segundo a pesquisa, 48% deles pesam mais o custo benefício que a marca dos produtos na hora da compra. “Eles estão mais inteligentes e pragmáticos”, resume a GfK.
A era da imagem
Outro dado que dá à essa geração um status único é a relação com a imagem. Todos os seres humanos tendem a ser visuais, mas é nessa geração que a imagem na tela, as simulações de realidade e a interação virtual ganharam autonomia.
Segundo a GfK, o fato dos jovens permanecerem com o celular em tempo integral – e terem crescido em um ambiente em que um smartphone (carregado) resolve boa parte dos problemas – obriga as empresas a usarem esse tipo de comunicação como forma de aproximação eficiente.
Outra característica de um mundo ultraconectado é a sensação de estresse. Com mais acesso e mais dinâmicos, 89% dos jovens brasileiros sentem ao menos uma fonte de estresse, número maior que a média mundial (84%).
É também no ambiente digital que os jovens podem ensinar às gerações anteriores como se proteger. Antenados, eles sabem das vulnerabilidades virtuais, e são mais preocupados com segurança, o que pode dificultar a adoção da Inteligência Artificial por essa geração. “O Now Generation está mais propenso a desativar a localização do celular, deixar a câmera coberta, navegar em modo privado na internet, acessar em modo privado nas redes sociais”, detalha o relatório da consultoria GfK.
Afinal, como alcançá-lo?
Se preparar para esta geração não será fácil, mas um ponto importante é entender a “atenção do cliente” como o principal foco. Com o alto volume de informações, comerciais de seis segundos são os ideais para esta geração. Além disso, respeitar a individualidade, empoderar o cliente e se mostrar socialmente sensível são essenciais para atingir o alvo.
Fonte: DCI